Comandante dos bombeiros do Beato foi detido por desviar milhares de euros
A investigação da Polícia Judiciária revelou que usava o carro do comando para passeios em família.
Mário Ribeiro era comandante dos Bombeiros do Beato e Penha de França há mais de dez anos. Foi detido pela polícia judiciária por desviar dinheiro da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Beato e Penha de França
O esquema começou a ser investigado em 2018. Nem as duas buscas da Polícia Judiciária (PJ) em 2020 o fizeram parar. Dezenas de milhares de euros terão sido desviados dos cofres da corporação.
Donativos ou serviços como o transporte de doentes não urgentes, muitos deles pagos em numerário e com passagem de recibo para 'enganar"', terão acabado por entrar nas contas bancárias do comandante, de um vice-presidente, da tesoureira e de um bombeiro.
Os três primeiros foram detidos na 'Operação Rescaldo', da Polícia Judiciária. O quarto está apenas constituído arguido.
O comandante é ainda suspeito de fazer uso pessoal do carro de comando, totalmente caracterizado, para fins pessoais. É suspeito de usar o carro para passear com a família.
Os bombeiros do Beato recebem em contrapartida avultadas verbas da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil. Esses valores, também estão a ser investigados neste processo da Unidade Nacional de Combate à Corrupção da PJ.
Os três detidos foram alvos de buscas, assim como o quartel.
As verbas desviadas, cujo montante está agora a ser apurado através da análise das entradas de dinheiro nas contas bancárias dos suspeitos, foram transferidas e depositadas diretamente ao balcão: saíam da corporação para essas contas particulares.
Na ‘Operação Rescaldo’ participaram cerca de 30 elementos da PJ, com vista à recolha de elementos de provas.