Debate sobre Orçamento de Estado marcado por tensões entre Luís Montenegro e André Ventura

Diogo Carreira | 28 de Outubro de 2025 às 00:06
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Debate sobre Orçamento de Estado marcado por tensões entre Luís Montenegro e André Ventura

O primeiro-ministro acusou o líder do Chega de ter saudades do antes do 25 de abril.

André Ventura puxou Salazar para o debate político e Luís Montenegro trouxe-o para o parlamento. 

“Se o senhor deputado quer juntar a três Salazares três Pedro Sánchez, é uma opção sua, mas não é a minha”.  

O Chega não gostou e o debate tornou-se tenso. 

“O senhor primeiro-ministro insinuou que esta bancada tinha saudades do tempo da ditadura, que tinha saudades do tempo em que não éramos uma democracia, que nós éramos uns saudosistas do regime anterior. Eu não tenho saudades nenhumas de nenhum tempo anterior àquele em que eu era nascido, mas sei que, se calhar, se houvesse dois ou três Salazares, havia menos corrupção”, respondeu André Ventura. 

Por sua vez, Luís Montenegro defendeu que “a ditadura não combate a corrupção” e que ela própria é corruptiva da liberdade. 

Montenegro acabou aplaudido de pé por várias bancadas, num debate em que as direitas saíram divididas. 

“O Governo diz baixar impostos, mas o que os portugueses sentem é que pagam cada vez mais. Aquilo que o Governo anuncia, a vida real dos portugueses desmente. Chamar a isto alívio fiscal é enganar o país”, criticou Mariana Leitão, presidente da IL. 

No entanto, o primeiro-ministro diz que “não é possível fazer mais. Só se a senhora deputada tiver uma varinha mágica para as construções demorarem 24 horas”  

Pelo Governo falou também o CDS. O deputado Paulo Núncio defendeu que “a maioria não se deixa condicionar por greves da função pública”.  

Com o orçamento agora a baixar à comissão, o Governo não fecha a porta a entendimentos. 

“O senhor primeiro-ministro há pouco falava em contas públicas positivas. No entanto, olhamos para este Orçamento e verificamos que o Governo sabe somar e subtrair, mas esqueceu-se de contar com as pessoas”, argumentou a porta-voz do PAN, Inês Sousa Real. 

Por sua vez, o deputado do JPP Felipe Sousa questionou o executivo sobre como prevê “assegurar que todas as regiões do país, incluindo as regiões autónomas, tenham igualdade real de oportunidades no acesso aos recursos no que diz respeito ao investimento público”. 

Esta terça-feira o debate é encerrado com quatro ministros, entre eles Miranda Sarmento, ministro das Finanças.