Sócrates queixa-se de ser "roubado pelo Estado" após confirmar que não tem 40 mil euros para pagar IRS (escuta de 2014)

| 21 de Outubro de 2025 às 18:15
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Julgamento Operação Marquês

José Sócrates continua ausente das sessões do julgamento depois de ter pedido ao tribunal para ser dispensado.

Dina Alexandre, a antiga gestora de José Sócrates foi ouvida no Campus de Justiça, em Lisboa, esta terça-feira, em mais uma sessão de julgamento da Operação Marquês. A mulher disse que Sócrates pedia recorrentemente para consultar o saldo bancário.

Foram reproduzidas em tribunal várias escutas telefónicas e numa delas o ex-primeiro-ministro pedia ajuda para resolver uma dívida inesperada de 40 mil euros de IRS.

“Realmente, agora já começo a passar-me para o outro lado, acho que realmente o Estado nos rouba de uma forma absolutamente impressionante”, ouve-se.

Na parte da tarde, deveria ser ouvida Lígia Correia e Célia Tavares, ambas mulheres da vida de Sócrates. Mas os depoimentos acabaram adiados devido a um problema nas notificações.

Terá sido enviada uma carta registada a ambas, mas não terá sido recebida. Por isso mesmo, não compareceram em tribunal e os depoimentos acabaram adidados.

Célia era amiga proxima de Sócrates, que chegou até a pagar-lhe as propinas da faculdade. Já Lígia começou também por ser amiga do ex-primeiro-ministro, mas agora é a atual companheira do mesmo.

Em julgamento, foram ainda discutidos os empréstimos pedidos por Sócrates. Em apenas um ano, terá pedido três que ascenderam a um total de mais de 140 mil euros. O objetivo do ex-primeiro-ministro seria pagá-los num prazo máximo de dois anos. O arguido chegou a ter mais de 15 mil euros em despesas fixas por mês.

José Sócrates continua ausente das sessões depois de ter pedido ao tribunal para ser dispensado.