Graça Vargas
A endocrinologista está ainda proibida de frequentar a clínica onde trabalhava e de se ausentar do País.
Graça Vargas saiu pelo próprio pé do Tribunal de Instrução Criminal do Porto esta quinta-feira, mas vai ter de pagar uma caução de meio milhão de euros para se manter em liberdade.
A médica conhecida como a 'Campeã do Ozempic' ficou esta quinta-feira a conhecer as medidas de coação decretadas pela juíza Isabel Ramos. Para além do pagamento da caução por depósito bancário no prazo de 30 dias, a médica endocrinologista detida pela Polícia Judiciária (PJ) na quarta-feira, está proibida de contactar com testemunhas ou utentes não diabéticos a quem tenha prescrito os fármacos e não se pode ausentar do País.
Graça, de 59 anos, está também proibida de frequentar a clínica no Porto onde decorreram as buscas e terá de suspender funções como médica.
Graça Vargas chegou ao tribunal pelas 09h30. Numa primeira fase esteve com os advogados a consultar o processo e as provas recolhidas pela PJ e pelo Ministério Público desde 2020. Já durante a tarde, foi identificada e prestou declarações à juíza.
A investigação da PJ sustenta que a médica exigia aos clientes que queriam emagrecer pagamentos em dinheiro. Pretendia fugir ao controlo das autoridades e escapar aos impostos. Cobrava mais de 100 euros por consultas na clínica e ao longo dos anos angariou uma pequena fortuna. Ainda assim não evidenciava sinais de riqueza.
Alguns clientes tiveram acesso a dezenas de receitas de Ozempic, Victoza e Trulicity, medicação para diabéticos que inibe o apetite. Há registo de um cliente que no espaço de um ano e meio teve acesso a 44 embalagens de medicamentos. Com o esquema fraudulento, a médica lesou o Estado em pelo menos três milhões de euros.