Economia cresceu 0,8% no 3.º trimestre apenas pelo consumo interno

Jornal de Negócios | 28 de Novembro de 2025 às 20:25
consumo pessoas multidão lisboa
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INE confirmou crescimento expressivo da economia no terceiro trimestre. Procura interna, que junta consumo e investimento, valeu mais do dobro da procura externa, que teve um contributo negativo para o PIB.

A economia portuguesa cresceu de forma expressiva no terceiro trimestre, mas esse crescimento esteve assente apenas na procura interna. Apoiados nas medidas do Governo, consumo e investimento não só anularam as perdas na frente externa, como fizeram PIB avançar 0,8% em cadeia

. Os valores são expressivos e ficaram acima das previsões dos analistas.

Estedo INE, publicada a 30 de outubro, e já se dava conta de uma aceleração do consumo das famílias. No entanto, a entidade estatística ainda não divulgava os dados para cada uma das componentes do Produto Interno Bruto (PIB).

Na publicação divulgada agora, o INE mostra que o PIB cresceu apenas pela procura interna, que inclui consumo (das famílias, instituições e Estado) e investimento. A frente interna contribuiu com 1,4 pontos percentuais para o crescimento económico, mais que compensando o impacto negativo da frente externa.

É que a procura externa líquida teve um contributo negativo para o PIB de 0,6 pontos percentuais. Assim, o consumo das famílias - alavancado por medidas de apoio de rendimento decididas pelo Governo no verão, como a redução extraordinária das taxas de retenção na fonte - mais que compensou o impacto de um aumento de importações (2%) e uma quase estagnação das exportações (0,8%). 

Embora no segundo trimestre , esse contributo foi mais forte no trimestre seguinte. Entre julho e setembro, o contributo para o crescimento do PIB aumentou para 1,4 pontos percentuais - acima dos 0,9 pontos percentuais do 2.º trimestre -, perante os aumentos "mais intensos do consumo privado e do investimento".

Ao mesmo tempo, o contributo da frente externa também foi agora mais negativo. No segundo trimestre, a procura externa penalizou a atividade em 0,3 pontos percentuais, agora 'custa' ao PIB o dobro (0,6 pontos percentuais), "refletindo o crescimento mais intenso das importações, que mais do que compensou o aumento das exportações".

Por componentes da procura interna, o consumo das famílias aumentou 1,2%, acelerando face aos 0,7% do trimestre anterior. O investimento subiu 2,7%, também mais do que os 1,9% registados no segundo trimestre.

Na procura externa, as exportações de bem e serviços cresceram 0,8%, recuperando face à queda de 0,1% nos três meses anteriores. Mas esse aumento não foi suficiente para acomodar o impacto negativo que o crescimento das importações tem no PIB. As compras ao exterior aumentaram 2%, mais do que os 0,5% do segundo trimestre.