Saúde vê sinais positivos no concurso de médicos apesar de 20% de vagas por preencher

Lusa | 01 de Dezembro de 2025 às 09:55
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Saúde FOTO: iStockphoto

Outros sinais positivos foram as 33 especialidades que atingiram este ano os 100% de ocupação e as 21 especialidades que aumentaram o número de colocados.

A Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) considera que os três médicos a mais que entraram no concurso de internato em relação ao ano passado são um sinal positivo, apesar de 20% de vagas terem ficado por preencher.

Em comunicado, este instituto público que executa as orientações do Ministério da Saúde indicou esta segunda-feira que, “mesmo com uma redução da taxa global de ocupação” de 86% (em 2024) para 80% (em 2025), “há vários sinais positivos sólidos no concurso” deste ano.

Um deles, especificou, é a colocação de mais três médicos em 2025 (1.854) do que em 2024 (1.851).

“É um aumento real da capacidade formativa e do número de médicos em especialidade”, lê-se na nota.

Outros sinais positivos foram as 33 especialidades que atingiram este ano os 100% de ocupação e as 21 especialidades que aumentaram o número de colocados.

“Os resultados de 2025 evidenciam um reforço real de profissionais, uma sólida estabilidade na maioria das especialidades e progressos concretos em várias áreas prioritárias, contribuindo para a consolidação da formação médica especializada em Portugal”, indicou a ACSS.

Outra leitura tem a Ordem dos Médicos, para quem os 20% de vagas que ficaram por preencher no concurso do internato demonstram a “crise estrutural” que se verifica em especialidades essenciais para o Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Em comunicado, a Ordem apontou esta segunda-feira os exemplos da medicina geral e familiar (médicos de família), da medicina interna e da medicina intensiva para salientar que os dados do concurso que terminou no sábado “revelam um agravamento de vagas não preenchidas em especialidades essenciais” no serviço público.

“É evidente que o SNS enfrenta uma crise de recrutamento nas especialidades essenciais e que se agrava ano após ano. As regiões de Lisboa e Vale do Tejo e Norte são as mais afetadas”, salienta.

Perante estes indicadores, a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) alertou para a incapacidade do SNS em fixar esses profissionais.

“Isto confirma uma tendência que já tínhamos identificado: que o Serviço Nacional de Saúde continua a perder capacidade de atrair e fixar médicos mesmo numa fase tão precoce como a escolha da especialidade, apesar do número elevado de vagas abertas”, adiantou à Lusa a presidente da federação sindical.

Em causa estava um total de 2331 vagas iniciais disponibilizadas para as várias especialidades a ocupar nas unidades do SNS que vão receber os novos médicos, que iniciam a sua formação especializada a partir de 1 de janeiro de 2026.

Estavam em condições de escolher uma especialidade 2375 médicos que terminaram a sua formação geral.