Ações do grupo Impresa disparam mais de 100% depois de terem estado suspensas
A dona da “SIC” e do semanário “Expresso” assumiu a existência de negociações para a venda de uma participação relevante.
Depois de vários interessados, parece ter sido a família Berlusconi a captar a atenção do grupo Impresa. O entendimento com a família italiana pôs o mercado a mexer e fez com que as ações do grupo da família Balsemão subissem. Dispararam mais de 100% na manhã desta segunda-feira e, depois, ficaram suspensas.
Em comunicado, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) disse que a ação serviu para permitir ao mercado absorver a informação entretanto divulgada. Às 10 horas, a suspensão foi levantada, com um novo aumento no interesse pelo grupo Impresa.
A situação financeira do grupo exige um acordo nos próximos meses. É necessária uma recapitalização de 80 milhões de euros para repor a estrutura de capital.
Em julho, na apresentação de resultados, a Impresa revelou ter terminado a primeira metade do ano com prejuízos de 5,1 milhões de euros, um valor superior ao registado no ano passado. A empresa de Francisco Pedro Balsemão apresentou prejuízos consolidados num valor superior a 66 milhões de euros.
Durante meses, decorram negociações com a família Soares dos Santos, detentora do grupo Jerónimo Martins. Nenhum acordo foi feito e Francisco Pedro Balsemão teve de olhar além-fronteiras.
Criado pelo antigo primeiro-ministro italiano o "MediaForEurope" é um dos principais grupos de comunicação da Europa. Esta multinacional tem presença em televisão, produção audiovisual, publicidade e plataformas digitais. Em 2024, o grupo italiano encerrou o ano com receitas de 2,95 mil milhões de euros.