Advogado de Sócrates alega conflito com coletivo de juízes que iria prejudicar Sócrates para renunciar mandato
Na passada quinta-feira, Pedro Delille foi repreendido pela juíza Susana Seca, devido ao atraso para a sessão do julgamento.
Pedro Delille representava José Sócrates há 11 anos, desde que o ex-primeiro-ministro foi detido à chegada a Lisboa de um voo de Paris. No entanto, esta terça-feira a defesa recuou. José Sócrates garante que a decisão foi unilateral.
Na reúncia que deu entrada em tribunal, Pedro Delille esclareceu que renuncia ao mandato por razões ideológicas.
"Fiquei definitiva e absolutamente convencido, após o episódio da passada quinta-feira, que soma a tudo o resto oportunamente denunciado, de que continuar neste julgamento violenta em termos insuportáveis a minha consciência como advogado e a ética que me imponho, a minha independência, integridade e dignidade profissional e pessoal - repudio e recuso participar validar, um minuto mais que seja neste simulacro de julgamento, neste julgamento a brincar", lê-se em comunicado.
Embora no comunicado não fique claro se houve algum desentendimento com José Sócrates, as críticas à juíza não deixam margem para dúvidas. O episódio da passada quinta-feira corresponde a uma repreensão por parte de Susana Seca ao atraso de Pedro Delille, que levou Sócrates a ser defendido durante cerca de meia hora por uma advogada oficiosa.
A presidente do coletivo de juízes apresentou ainda uma participação à Ordem dos Advogados pela conduta de Delille na última sessão, conduta essa que os juízes consideraram como ofensiva.
José Sócrates está agora sem advogado e terá de encontrar quem o represente nos próximos dias, mas, para que a sessão desta terça-feira decorra, foi-lhe atribuído um advogado oficioso, que pode pedir tempo para consultar o processo. José Manuel Ramos alegou que o conhecimento que tem da Operação Marquês é muito escasso e pediu um prazo não inferior a 48 horas para análise do processo.
No entanto, o pedido foi indeferido e o advogado oficioso terá de defender o ex- primeiro-ministro nos próximos três dias.
José spcrates está pronunciado por 22 crimes, onde se incluem 3 de corrupção... O julgamento decorre desde 3 de julho e tem sessões agendadas plo menos até 18 de dezembro.