Advogado de um réu no julgamento de Jair Bolsonaro admite que havia plano de golpe

Lusa | 03 de Setembro de 2025 às 17:50
Jair Bolsonaro
Jair Bolsonaro FOTO: AP

O julgamento do ex-Presidente do Brasil foi retomado esta quarta-feira, com a apresentação das alegações das últimas quatro defesas dos acusados.

O advogado do ex-ministro da Defesa brasileiro Paulo Sérgio Nogueira admitiu esta quarta-feira a existência de um plano para um golpe de Estado, mas afirmou que o seu cliente tentou demover o ex-Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, de avançar.

"Atuou ativamente para demover o ex-Presidente da República de qualquer medida nesse sentido", garantiu Andrew Fernandes, na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, em Brasília, na sessão em que os cinco juízes ouvem as últimas quatro defesas dos acusados.

A acusação acredita que Paulo Sérgio Nogueira discutiu e ajudou a elaborar medidas para evitar a posse do agora Presidente brasileiro, Lula da Silva.

"Ele não fazia parte dessa organização criminosa", garantiu o advogado.

Andrew Fernandes disse ainda que a delação e o depoimento da principal testemunha da acusação, o comandante da Força Aérea, o Brigadeiro Batista Júnior, "é contundente" nesse sentido.

O advogado disse que o Brigadeiro Batista Júnior afirmou em tribunal que o general Paulo Sérgio "atuou para demover o Presidente de impulsar, de caminhar por qualquer medida de exceção".

Nesse sentido, pediu a absolvição do general Paulo Sérgio Nogueira.

O julgamento do ex-Presidente do Brasil foi retomado esta quarta-feira, com a apresentação das alegações das últimas quatro defesas dos acusados: Jair Bolsonaro, o general na reserva e ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República Augusto Heleno, o general e ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e o general na reserva e ex-ministro da Casa Civil Walter Braga Neto.

Na terça-feira, primeiro dia do julgamento, o Procurador-Geral, Paulo Gonet, afirmou que "todos convergiram, dentro do seu espaço de atuação, para o objetivo comum de assegurar a permanência do Presidente da República na época na condução do Estado, mesmo que não vencesse as eleições, e mesmo depois de ter efetivamente perdido a preferência dos eleitores em 2022".

Foram ouvidos também os advogados de defesa, na terça-feira, de três réus do núcleo de Bolsonaro.

Bolsonaro, que está em prisão domiciliária por tentativas de obstruir a ação da justiça, alegou motivos de saúde para não participar presencialmente no julgamento.

Terminada a sessão desta quarta-feira, segue-se na próxima semana (dias 9, 10 e 12 de setembro) a votação dos cinco juízes que compõem a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal.

A decisão pela absolvição ou condenação será tomada por maioria de votos.

Este grupo chamado de "Núcleo 1" ou "Núcleo Crucial", responde por tentativa de abolição violenta do Estado de Direito Democrático, tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de património.