Ana Leal
De acordo com Ana Leal, está marcada para esta quarta-feira uma reunião na Câmara Municipal, para esclarecer em que condições será atribuída a nova habitação, onde será localizada e quando ocorrerá a mudança.
Andreia Pereira e a sua filha de 13 anos vivem reféns dentro da sua própria habitação, em Ermesinde, desde que várias famílias da comunidade cigana ocuparam ilegalmente o rés-do-chão da casa onde residem.
O caso foi inicialmente revelado pela reportagem da SÁBADO, e só após a sua divulgação pública é que a Câmara Municipal de Valongo anunciou, esta semana, que irá atribuir uma habitação municipal a Andreia e à sua filha no mês de maio.
Contudo, a forma como esta informação foi divulgada gerou polémica. A jornalista Ana Leal, autora da reportagem, expressou esta terça-feira, no NOW, a sua perplexidade perante a atitude da Câmara.
"Aparentemente parece tudo muito bom para a Andreia, no sentido de que lhe vão finalmente atribuir uma casa. Mas a forma como o fizeram ou estão a fazer não é normal. Isto mostra a indiferença com que sempre trataram a Andreia", criticou Ana Leal.
Segundo a jornalista, mãe e filha apenas souberam da atribuição da habitação através da comunicação social.
"Falei ontem com a Câmara Municipal, ainda incrédula, porque já tinha falado com a Andreia e ela não sabia de nada. Liguei a perguntar se achavam normal eu saber primeiro que a própria família", contou a jornalista.
Ana Leal adiantou ainda que está marcada para esta quarta-feira uma reunião na Câmara Municipal, para esclarecer em que condições será atribuída a nova habitação, onde será localizada e quando ocorrerá a mudança. Apesar de se apontar o mês de maio, os detalhes permanecem vagos.
A jornalista recordou que, até sábado passado, a vereadora responsável pelo dossiê assegurava que não havia habitações disponíveis. Esta mesma autarca, com quem Andreia nunca teve contacto pessoal, equiparava a situação da família Pereira à dos ocupantes ilegais, considerando que todos aguardavam numa lista para atribuição de habitação social.
"Foi preciso a comunicação social intervir para que algo fosse feito", afirmou Ana Leal, lamentando que "as pessoas tenham de se expor desta forma para serem ouvidas".