Bashar al-Assad
Em maio de 2021 foi reeleito, para um quarto mandato à frente do país, com mais de 95% dos votos.
Bashar al-Assad chegou ao poder no ano de 2000, numa eleição sem oposição e com um antecessor que lhe era familiar, o pai Hafez al-Assad, que governou a Síria durante 29 anos.
Com a sua morte de Hafez, Bashar tornou-se Presidente do país no ano seguinte, apesar de não ser a primeira escolha do pai.
Bashar estudou medicina no Reino Unido e não era o herdeiro designado para o cargo. Sem qualquer experiência política ou militar, a morte repentina do irmão mais velho trouxe-lhe a responsabilidade de preservar a continuidade da família al-Assad no poder.
Num país maioritariamente sunita, a ascensão de uma família alauita, uma ramificação minoritária do islamismo xiita trouxe o sentimento de exclusão e marginalização entre a maioria do povo.
Esta diferença religiosa contribuiu para o escalar do conflito interno e para que a oposição o encarasse como o representante de uma minoria autoritária.
Inicialmente a chegada de alguém tão jovem ao cargo deixou os sírios esperançosos para uma política mais reformista e aberta, que até aconteceu na primavera de Damasco, mas que rapidamente caiu por terra.
A repressão contra ativistas e opositores políticos intensificou-se e fez com que escalasse a guerra civil no país em 2011. A resposta de Assad contra os protestos pro democracia foi sempre violenta, originando o conflito direto entre o Governo e os rebeldes sírios.
O escalar do conflito atraiu grupos extremistas, como o Estado Islâmico, devastou o país, resultou em milhares de mortes e desencadou uma crise de refugiados.
Os aliados foram cruciais para que Bashar al-Assad se tenha conseguido manter no cargo.
Como alauita, o então Presidente sírio formou alianças estratégicas com outros Governos xiitas. Falamos do Irão ou o Hezbollah, no Líbano. Mas o apoio da Rússia foi decisivo durante muitos anos para reverter os avanços dos rebeldes e garantir a sobrevivência do regime.
Em maio de 2021 foi reeleito, para um quarto mandato à frente do país, com mais de 95% dos votos.
Os destinos da Síria estiveram na mesma família cinco décadas. A repressão, a guerra e a sobrevivência política marcaram os últimos anos de liderança do país que agora foi tomado por rebeldes e levou à queda do regime.