Candidatos à presidência da República vão ter de entregar declaração de rendimentos atualizada

Beatriz Torrete | 30 de Outubro de 2025 às 13:51
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Candidatos à presidência da República vão ter de entregar declaração de rendimentos atualizada

Luís Marques Mendes é o candidato que tem mais rendimentos, enquanto Cotrim Figueiredo é o que apresenta maior património.

Uma possível eleição como Presidente da República pode custar a Luís Marques Mendes metade dos rendimentos anuais que recebe atualmente. A consulta feita pela revista Sábado às declarações de rendimentos anteriores permitiu perceber que o candidato apoiado pelo PSD é quem tem a melhor vida financeira.  

Em 2023, declarou 492 mil euros, entre rendimentos do trabalho, pensão e de uma sociedade familiar que, segundo o candidato, vai ser dissolvida e liquidada nas próximas semanas.  

Os rendimentos dividem-se entre aquilo que recebeu como consultor da Abreu Advogados em 2023 — 413 mil euros — os rendimentos como comentador da "SIC” — perto de oito mil euros — e mais de 30 mil euros de um grupo privado de saúde, no qual era presidente da mesa da assembleia-geral. 

Ao ser eleito chefe de Estado, vai receber menos 232 mil euros anuais brutos face àquilo que ganhou em média nos últimos anos.  

Por sua vez, Cotrim de Figueiredo trocou a vida de empresário pela vida política e o valor total que recebeu durante um ano ronda um milhão de euros. Tem investimentos no BCP na ordem dos 962 mil euros, recebe um salário de eurodeputado de mais de dez mil euros mensais e ainda acresce as ajudas de custo que chegam perto dos cinco mil euros. Cotrim tem ainda 50% de uma sociedade de alojamento rural no Alentejo, gerida pela ex-mulher.

Gouveia e Melo declarou como único rendimento 115 mil euros anuais auferidos na Marinha. Tem uma conta à ordem de 55 mil euros e dois imóveis: um apartamento em Lisboa e um terreno com casas rústicas em Odemira, exploradas em regime de alojamento local pela ex-mulher. 

O líder do Chega recebe cerca de 63 mil euros anuais. O único rendimento provém do salário de deputado. Atualmente, a conta à ordem é de mais de 120 mil euros. Não tem casa própria, uma vez que a casa onde reside, situada num condomínio no Parque das Nações está em nome da mulher. 

Já o candidato apoiado pelo PS não entrega declarações desde 2014. António José Seguro declarou 46 mil euros de rendimentos na altura como deputado. Além de imóveis em Lisboa, Penamacor e Caldas da Rainha, abriu uma empresa de exploração turística e comprou uma quota numa consultora de segurança alimentar.  

Entre os restantes candidatos à esquerda, António Filipe apresenta uma declaração de 62 mil euros e sem património imobiliário. Jorge Pinto, do Livre, declarou 67 mil euros anuais e tem 148 mil em poupanças, assim como rendimentos resultantes do arrendamento de um T1 no Porto.  

Já Catarina Martins recebe o mesmo que Cotrim Figueiredo como eurodeputada e possui uma quota numa sociedade de alojamento local rural.   

Para ser candidato à presidência da República, a lei prevê que tem de ser entregue uma declaração de rendimentos, património e interesses.