Caso da grávida da Murtosa: Valente acusa Sara e Filomena Silva de difamação e pede indemnização

Débora Couceiro | 22 de Setembro de 2025 às 21:30
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Caso grávida da Murtosa

A defesa das arguidas acredita que Fernando Valente quer arranjar um "bode expiatório".

O desaparecimento de Mónica Silva continua por resolver. Mesmo depois do julgamento e da absolvição de Fernando Valente, o caso sofreu uma reviravolta e agora não é Valente no banco dos réus, mas sim Sara e Filomena Silva, a irmã gémea e a tia da vítima.

Chegou esta segunda-feira a tribunal o processo de difamação movido pelo empresário. Na origem do caso estão várias publicações feitas pelas familiares da grávida no Facebook, assim como declarações prestadas a vários órgãos de comunicação social, nas quais acusam Fernando Valente de ser o pai da criança de Mónica Silva e de a ter assassinado.

Fernando Valente revelou ter-se sentido profundamente humilhado e denegrido. Afirmou que foi condenado em plena praça pública e que foi alvo de difamações muito graves.

Recaiu sobre ele a suspeita de ser um "monstro e um assassino", isto porque Sara e Filomena Silva deram várias entrevistas e escreveram nas redes sociais que era ele o único responsável pelo desaparecimento de Mónica Silva e que a tinha assassinado.

Tanto a irmã como a tia da grávida desaparecida estão revoltadas e rejeitam as acusações. Protagonizaram momentos de verdadeira tensão em tribunal esta segunda-feira e, por diversas vezes, ambas foram chamadas à atenção pela juíza da comarca de Estarreja. Chegou mesmo a expulsar o pai de Mónica Silva da sala, depois deste ter gritado "assassino" em plena audiência.

A defesa das arguidas acredita que Fernando Valente quer arranjar um "bode expiatório".

O primeiro dia de julgamento começou com quase duas horas de atraso. A advogada de Filomena apresentou um atestado e não compareceu em tribunal.

Recorde-se que Fernando Valente apresentou uma queixa-crime no ano passado e baseou grande parte da acusação no facto de o julgamento da morte de Mónica Silva integrar tribunal de júri, entendendo que estes podiam deixar influenciar-se pelas suas publicações.

Valente imputa seis crimes de difamação agravada à tia da grávida, Filomena Silva, e um a Sara Silva, a irmã gémea de Mónica. Pede ainda indemnizações de cinco mil euros a Filomena e de mil euros a Sara Silva.