Centros de atendimento clínico criados pelo Governo só atenderam 143 utentes por dia

| 20 de Agosto de 2025 às 21:23
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Centros de atendimento clínico

Este número é muito inferior ao que estava inicialmente previsto.

São centros clínicos foram criados pelo Governo no âmbito do Plano de Emergência para a Saúde como forma de dar resposta aos constrangimentos nas urgências de Norte a Sul do país.

Há um ano, o Governo criou centros de atendimento clínico, em Lisboa e no Porto. O primeiro abriu no centro de saúde de Sete Rios e o segundo no Hospital da Prelada.

Os centros foram pensados para tratar de casos menos graves e como resposta à sobrecarga dos serviços de urgência. Foram atendidos 18.305 utentes no primeiro ano, em Sete Rios.

Segundo a Unidade Local de Saúde do Santa Maria, o novo centro de Sete Rios deu apenas resposta a cerca de 10% das pulseiras verdes e azuis da urgência hospitalar.

Estava previsto que este serviço pudesse atender entre 80 a 100 doentes por dia. Isto significa que a procura esteve aquém da capacidade de resposta, já que em média o centro de Sete Rios atendeu sete pessoas por dia.

Segundo a Direção-Executiva do SNS, além dos centros de Lisboa e do Porto há mais 13 a funcionar no país. A direção do SNS garante que estes centros já não se tratam de um projeto-piloto, mas sim de uma alternativa estável de acesso em determinadas Unidades Locais de Saúde.

António Luz Pereira, vice-presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar diz que se deve ir além do número de atendimentos para perceber quais as mais-valias deste novo tipo de atendimento em doenças graves, para que não haja a duplicação dos cuidados e dos gastos.

O médico salienta que, num momento de crise na saúde, não se podem dispersar recursos humanos por soluções que podem não ser as mais eficazes.

A direção do SNS afirma que a opção pelo desenvolvimento dos centros não substitui o investimento nos cuidados de saúde primários, mas complementa-os.

A Misericórdia do Porto, diz que o grau de satisfação dos utentes tem sido bastante bom em relação à eficiência e qualidade dos serviços prestados.

Apesar dos números, o Ministério da Saúde mantêm a aposta nestes centros.