No comunicado enviado ao regulador do mercado de capitais, o banco público especifica que as ações foram vendidas à empresa que gere as participações do Estado por 375,5 milhões de euros (375.509.350 euros).
A Caixa Geral de Depósitos (CGD) concluiu a venda à Parpública da posição de 19% que detinha na empresa pública Águas de Portugal (AdP) por 375,5 milhões de euros, confirmou esta sexta-feira o grupo bancário num comunicado à CMVM.
“Na sequência da obtenção de visto prévio por parte do Tribunal de Contas, ficaram concluídos os procedimentos de venda à Parpública, Participações Públicas, SGPS, S.A. (PARPÚBLICA) de 16.511.000 (dezasseis milhões e quinhentas e onze mil) ações, representativas de 19% do capital social e dos respetivos direitos de voto da sociedade AdP – Águas de Portugal, SGPS, S.A. (AdP)”, informa a CGD.
No comunicado enviado ao regulador do mercado de capitais, o banco público especifica que as ações foram vendidas à empresa que gere as participações do Estado por 375,5 milhões de euros (375.509.350 euros).
Com a alienação, a Caixa obteve uma mais-valia de cerca de 188 milhões de euros.
“Esta transação gerou mais-valias na ordem dos 188 milhões de euros e teve um impacto positivo de 28 pontos base no rácio de solvabilidade, resultante da conjugação da mais-valia gerada e da diminuição dos ativos ponderados pelo risco”, indica a empresa no mesmo comunicado.
A CGD refere que o valor da venda, por 375,5 milhões, foi “determinado pelo resultado da média aritmética de duas avaliações realizadas por entidades independentes”, uma selecionada pela Caixa Geral de Depósitos e outra pela Parpública, as duas intervenientes no negócio.
O grupo bancário liderado por Paulo Macedo assegura que a operação foi concretizada depois de se verificarem “todos os requisitos considerados necessários, designadamente ao nível de procedimentos societários e de “autorizações de entidades externas”.
A CGD decidiu vender a posição na Águas de Portugal pelo facto de a atividade da empresa não pertencer ao setor bancário.
“Esta participação na AdP integrava as contas consolidadas da Caixa desde dezembro de 2008, tendo a sua alienação permitido concluir o desinvestimento de um ativo classificado como não ‘core’, pelo facto de o Grupo AdP desenvolver uma atividade não relacionada com o negócio bancário e financeiro”, justifica a CGD.
Em 2024, o grupo Águas de Portugal registou um lucro líquido consolidado de 102,7 milhões de euros, em linha com o do ano anterior.
O volume de negócios consolidado ascendeu a 830,2 milhões de euros, “refletindo um crescimento de 5% face a 2023, impulsionado nomeadamente pelo aumento das atividades de saneamento”, referia a empresa na síntese dos resultados divulgados em 21 de maio.
A Águas de Portugal deverá ser alvo de uma auditoria da Inspeção Geral de Finanças (IGF) no próximo ano, na sequência de um pedido realizado pelo partido Chega.
Anualmente, o parlamento pode solicitar ao Governo duas auditorias – que as solicita à IGF, enquanto serviço de controlo estratégico da administração financeira do Estado – e na reunião da Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública (COFAP) de 19 dezembro foi aprovado um pedido de auditoria à gestão financeira, operacional e de recursos humanos às empresas do grupo Águas de Portugal de 2021 a 2024.