China pede "cessar-fogo abrangente" na Faixa de Gaza

Lusa | 21 de Setembro de 2025 às 10:11
China pede 'cessar-fogo abrangente' na Faixa de Gaza
China pede "cessar-fogo abrangente" na Faixa de Gaza FOTO: AP

O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês acrescentou que os planos de Israel para controlar a Cidade de Gaza e acelerar a invasão da Cisjordânia "violam gravemente as normas do direito internacional".

O chefe da diplomacia da China defendeu a urgência de um "cessar-fogo abrangente" na Faixa de Gaza para travar rapidamente a "atual catástrofe humanitária", no meio de uma ofensiva de Israel no enclave palestiniano.

"Os países que têm uma influência especial sobre Israel devem assumir seriamente as suas responsabilidades, e o Conselho de Segurança das Nações Unidas e as agências humanitárias também devem cumprir as suas obrigações", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi.

Em declarações divulgadas no sábado, o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês acrescentou que os planos de Israel para controlar a Cidade de Gaza e acelerar a invasão da Cisjordânia "violam gravemente as normas do direito internacional".

Tais ações "colocam em risco a 'solução de dois Estados' e minam diretamente a estabilidade do Médio Oriente", alertou Wang, citado pela agência de notícias oficial chinesa Xinhua.

"A história tem demonstrado repetidamente que a segurança deve ser partilhada. Nenhum país pode construir a sua própria segurança com base na insegurança de outros países", observou o ministro.

Durante um encontro com o homólogo de Marrocos, Nasser Bourita, Wang apelou ainda "à obtenção de um maior consenso internacional e à formação de uma posição mais unificada" em torno da 'solução de dois Estados'.

No sábado, ataques do exército israelita na Faixa de Gaza, a maioria na Cidade de Gaza, mataram mais de 70 pessoas, de acordo com um balanço compilado em morgues de hospitais por jornalistas do enclave e partilhado numa plataforma conjunta.

Uma comissão independente da ONU, relatores de direitos humanos, organizações não governamentais e um número crescente de países descreveram como genocídio a ofensiva militar israelita, que já matou 65.200 pessoas, incluindo 19 mil crianças.

No sábado, a Presidência da França anunciou que dez países, entre os quais Portugal, vão reconhecer um Estado palestiniano na segunda-feira, numa conferência em Nova Iorque.

Nessa conferência, estarão representados "dez países que decidiram proceder ao reconhecimento do Estado da Palestina", indicou um conselheiro do Presidente francês, Emmanuel Macron, à comunicação social.

Além de França, que está por detrás da iniciativa, e de Portugal, os outros Estados "são Andorra, Austrália, Bélgica, Canadá, Luxemburgo, Malta, Reino Unido e São Marino", acrescentou.

Mais tarde, o Ministério dos Negócios Estrangeiros confirmou que Portugal vai reconhecer o Estado da Palestina, mas já no domingo, na véspera da conferência.

"O Ministério dos Negócios Estrangeiros confirma que Portugal vai reconhecer o Estado da Palestina, como o ministro Paulo Rangel já havia antecipado esta semana", indicou, num comunicado.

Assim, a "Declaração Oficial de Reconhecimento terá lugar ainda antes da Conferência de Alto Nível da próxima semana", organizada pela França e Arábia Saudita na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque.