"Cloud" da Amazon tenta dar luz ao apagão. Serviços voltam a ficar online

Jornal de Negócios | 20 de Outubro de 2025 às 16:40
AWS Amazon Web Services
AWS Amazon Web Services

A internet está a recuperar do apagão que mandou centenas de serviços abaixo. Fragilidades dos serviços da "cloud" ficaram expostas.

A Amazon Web Services (AWS) está a forçar que a "cloud" no estado da Virgínia, nos Estados Unidos, fique operacional, levando a que centenas de sites e serviços voltem a ficar disponíveis no mundo. O problema surgiu durante a madrugada local (7h30 em Lisboa), e colocou centenas de serviços offline em todo o mundo.

O apagão foi sentido no segmento dos jogos, publicações noticiosas, plataformas de "streaming", redes sociais, setor bancário e das telecomunicações. Milhões de utilizadores foram afetados pelo problema da "cloud".

Esta interrupção destacou a fragilidade das empresas, mas também dos próprios servidores de "cloud", que dependem, na sua maioria, de um único provedor deste tipo de serviços. O problema da AWS surgiu de um erro no sistema DynamoBD, que gere bases de dados e processa milhões de dados de informação em simultâneo.

Na primeira comunicação a AWS revelou estar a lidar com um "problema operacional" que afetava 14 serviços distintos no centro localizado na Virgínia, apelidado de US-East-1. Ao desenrolar da madrugada, um total de 65 serviços foram impactados pelo apagão, com 37 destes já respostos.

"Estamos a investigar o aumento das taxas de erros e latências em diversos serviços da AWS na região US-East-1", formalizou a Amazon quando o problema começou a chegar às redes sociais. "Podemos confirmar o aumento dos erros para os serviços. O problema pode estar a afetar o reporte de casos por via do Centro de Suporte da AWS ou da API de apoio". A confirmação chegaria pelas 1h30 locais (8h30 em Lisboa).

Uma hora mais tarde, a AWS dava conta de "sinais significativos de recuperação" e que os pedidos já estariam a ser processados. Ainda assim, vários serviços continuariam em suspensos por mais duas horas.

O apagão afetou jogos, como Roblox e Fortenite, redes sociais como o Snapchat e Reddit, os próprios serviços da Amazon de comércio eletrónico, o "streaming" Prime, a campainha inteligente Ring e a assistente Alexa. 

Nos Estados Unidos, também o Signal foi alvo de falha, com uma associação não governamental a alertar para consequências democráticas. A Coinbase, a maior bolsa de criptomoedas dos EUA, também ficou com o serviço indisponível.

O The New York Times e a Associated Press foram afetadas e tiveram os seus servidores em baixo, o que dificultou a produção de notícias nas horas mais críticas. A Ticketmaster e a Lyft, concorrente da Uber, também estiveram em baixo.

Mas também as telecomunicações foram afetadas, sendo que os utilizadores em Portugal estavam a reportar dificuldades na Vodafone, Nos e Meo. E o mesmo aconteceu no setor bancário, com vários consumidores a alertar para a impossibilidade de acederem às suas contas. Na Europa, o banco BBVA e as telecom Movistar e Orange também sofreram.

Apesar da AWS ter sido constituída anos após a fundação da Amazon, esta representa hoje a maioria da faturação da empresa e dá apoio a mais de 200 "data centers" a nível global. O servidor da DynamoDB é capaz de processar mais de meio milhão de pedidos por segundo, o que exacerbou o apagão a nível geral.