Alentejo
Ao todo estão envolvidos 35 arguidos. São ainda acusados de exploração de trabalhadores imigrantes e auxílio à imigração ilegal.
Começaram a ser julgadas, no Tribunal da Comarca de Beja, esta segunda-feira, 21 das 22 pessoas envolvidas no esquema de tráfico e exploração de seres humanos, no Alentejo. Ao todo são 35 arguidos, sendo que 13 são empresas.
Na primeira sessão de julgamento, uma arguida não compareceu. Todos os arguidos presentes foram identificados, mas recusaram-se a prestar declarações. Há sete que estão detidos.
Os arguidos respondem por vários crimes, como o tráfico humano, exploração de trabalhadores agrícolas imigrantes, auxílio à imigração ilegal, branqueamento de capitais e alguns estão acusados de falsificação de documentos e de detenção de arma proibida.
Este processo diz respeito à Operação Espelho, desencadeada pela Polícia Judiciária há dois anos.
O despacho de acusação do Ministério Público argumenta que os arguidos formaram uma rede criminosa que facilitava a entrada, em Portugal, de trabalhadores agrícolas imigrantes oriundos de diferentes países como a Roménia, a Índia, o Nepal, Timor-Leste e a Ucrânia.
No documento está, também, explícito que numa tentativa de passar uma imagem de legalidade foram criadas sociedades comerciais.
Os imigrantes eram forçados a cumprir tarefas pesadas e viviam em condições desumanas e deploráveis, de forma sobrelotada. O pouco que recebiam servia para pagar as despesas de alojamento, alimentação, luz, gás, água e transporte.