Começou hoje julgamento de homem suspeito de matar 3 mulheres no Algarve

| 24 de Setembro de 2025 às 23:35
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Começa julgamento de serial killer no Algarve

A Polícia Judiciária confirma que o suspeito utilizou o mesmo telemóvel para falar com duas das mulheres encontradas mortas.

Um homem suspeito de matar três mulheres no Algarve começou a ser julgado esta quarta-feira pelo homicídio de uma brasileira.

Entrou descontraído no tribunal de Faro, onde aceitou falar pela primeira vez sobre a acusação de homicídio, sequestro e profanação de cadáver de Josielly Rodrigues.

José Mascarenhas, de 27 anos, disse estar de "consciência tranquila" e que não é verdade o que está na Acusação do Ministério Público.

No entanto, os investigadores da Polícia Judiciária têm uma opinião contrária, até porque encontraram muitos indícios que ligam o suspeito à morte de Josielly Rodrigues e a outros crimes.

Na altura em que a mulher brasileira desapareceu, já decorria uma investigação sobre o caso de Sandra Andrade. O corpo da motorista TVDE foi encontrado dentro de uma mala, em Almancil, em agosto de 2022.

E o telemóvel usado para marcar encontro com Josielly era o mesmo que tinha sido utilizado para contactar Sandra.

O cadáver de Josielly viria a ser encontrado por um popular a 9 de janeiro de 2023, mais de um mês depois de se ter encontrado com o suspeito. Estava no fundo de uma ravina de 15 metros, junto ao IC1, "totalmente carbonizado".

Segundo os investigadores da PJ, horas depois do crime, Keny, tal como é conhecido, terá usado o seu cartão bancário para fazer pagamentos e transferências a uma funcionária de um bar de alterne, registado em câmaras de videovigilância.

O Ministério Público acredita que o suspeito usou o carro da namorada para praticar o crime, onde os investigadores encontraram os telemóveis do suspeito e da vítima, depois de este ter sofrido um acidente, no dia seguinte, a fugir à GNR.

Foram feitas perícias dentro da viatura, onde foi encontrado um cabelo que corresponde ao perfil genético da vítima.

A assistir ao julgamento esteve Maria Antónia, mãe de Tatiana Mestre, que revive, sete anos depois, a morte da filha.

O serial killer do Algarve chegou a ser condenado a 12 anos de prisão, mas a sentença foi anulada pelo Tribunal da Relação por entender que pode ter existido contaminação de provas.

A próxima sessão de julgamento, que está a decorrer com Tribunal de Júri, está marcada para dia 8 de outubro.