Funeral de Daniel Argelo
Tinha 44 anos e deixa para trás a mulher e um filho adolescente.
O silêncio da dor e o som das sirenes marcaram a despedida de Daniel Argelo. O bombeiro da Covilhã morreu quando o autotanque que conduzia caiu numa ravina, a caminho de um incêndio no Fundão.
Servia a corporação há quase 20 anos.
Primeiro como voluntário, desde 2005, e depois como funcionário. Ao longo de duas décadas combateu chamas, salvou vidas e esteve sempre na linha da frente.
Daniel tinha 44 anos. Era casado e deixa um filho adolescente, de apenas 14 anos.
No cortejo, viam-se lágrimas de familiares e de colegas. Muitos não escondiam a revolta e a sensação de injustiça.
O acidente aconteceu no domingo.
Além de Daniel, seguiam na viatura outros quatro bombeiros. Dois continuam internados nos cuidados intensivos, em Coimbra e na Covilhã. Não correm perigo de vida.
Durante a cerimónia, ouviram-se gritos de desespero. Os bombeiros, destroçados, abraçavam-se, incapazes de conter a emoção.
A homenagem fez-se com todos em sentido. A sirene soou e o quartel esteve todo unido.
Também marcaram presença o primeiro-ministro Luís Montenegro e a Ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral.
Montenegro foi vaiado por alguns populares, num gesto de revolta contra a atuação do Governo nas últimas semanas.
Entre tristeza, choro e revolta, a Covilhã despediu-se de um dos seus.
É a segunda vez que os bombeiros da Covilhã perdem um homem num acidente. E Daniel torna-se a segunda vítima mortal dos incêndios deste ano em Portugal.
A corporação promete continuar no teatro de operações.