Crise na habitação agrava construções ilegais em Almada e Loures

Anabela Benedito | 20 de Fevereiro de 2025 às 15:09
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Habitação

A Câmara Municipal de Almada reconhece a gravidade da situação e mostra-se preocupada com o aumento das construções clandestinas no Bairro da Penajóia. No entanto, a autarquia considera que a responsabilidade de encontrar soluções para estas famílias recai sobre o Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana.

A crise na habitação tem levado ao aumento do número de casas construídas ilegalmente em Portugal. O ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, manifestou preocupação face à proliferação de construções clandestinas, nomeadamente no Bairro da Penajóia, em Almada. Segundo o governante, a solução para este problema passa pelo aumento da oferta de habitação pública.

Em Loures, 15 famílias enfrentam uma ordem de despejo e têm até ao final de fevereiro para abandonar as casas que construíram. Estas famílias, que vivem num bairro ilegal em Santa Iria da Azóia, já tinham recebido um alargamento do prazo de desocupação. No entanto, os moradores relatam que não conseguem encontrar alternativas a preços acessíveis.

A Câmara Municipal de Loures compromete-se a apoiar as famílias afetadas, oferecendo o pagamento de um mês de renda e da caução para uma nova habitação. Contudo, os habitantes do bairro admitem que mesmo com este apoio, é impossível suportar os elevados custos do mercado imobiliário. Caso não seja encontrada uma solução, as 15 habitações autoconstruídas serão demolidas no final do mês.

Em Almada, a situação é semelhante. No Bairro da Penajóia vivem mais de 1000 pessoas em centenas de barracas construídas ilegalmente. O Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana tem levado a cabo várias demolições de barracas ainda em construção, numa tentativa de travar a expansão do bairro clandestino.

As condições de vida no bairro são precárias: não há água canalizada e a eletricidade é obtida através de ligações ilegais, deixando muitas habitações sem acesso à energia. Os moradores apelam ao Governo para que sejam encontradas soluções dignas de realojamento.

A Câmara Municipal de Almada reconhece a gravidade da situação e mostra-se preocupada com o aumento das construções clandestinas no Bairro da Penajóia. No entanto, a autarquia considera que a responsabilidade de encontrar soluções para estas famílias recai sobre o Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana.

Questionado sobre este problema, o ministro das Infraestruturas reiterou que a solução para a crise da habitação e a proliferação de construções ilegais passa pelo reforço da oferta de habitação pública, uma medida que o Governo pretende acelerar nos próximos anos.