Crise política
Luís Montenegro, líder do PSD, já deixou claro que não recuperará a apresentação do moção de confiança ao Governo e garante que, em caso de eleições, será recandidato, mesmo que seja constituído arguido.
O país acordou mergulhado em desconfiança e incerteza política, numa altura em que a situação do Governo parece cada vez mais insustentável. Este dia, que se prevê ser o pontapé de saída para um período de crise e instabilidade, marca o aprofundar da política de crise em Portugal.
Luís Montenegro, líder do PSD, já deixou claro que não recuperará a apresentação do moção de confiança ao Governo, garantindo que, em caso de eleições, será recandidato, mesmo que seja constituído pelo arguido, o que gerou enorme especulação sobre os próximos passos no cenário político.
A situação política tem sido alvo de intensas trocas de acusações entre os principais partidos. O PSD aponta o dedo ao PS, acusando-o de ser responsável pela crise, enquanto o PS, por sua vez, não poupa críticas ao PSD.
No final da reunião da Comissão Política Nacional do PS, Pedro Nuno Santos, líder socialista, assegurou que o partido está unido e que, com o "chumbo" da moção de confiança, não há outro caminho possível senão a convocação de eleições antecipadas.
Todos os partidos da oposição, com exceção da Iniciativa Liberal, que anunciaram que votarão a favor da moção, já sinalizaram a sua intenção de rejeitar a confiança no executivo da Aliança Democrática (AD).
Caso o movimento de confiança não seja retirado cenário este distante pelo Governo, prepare-se um cenário que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, procurava evitar. O chefe de Estado foi o primeiro interessado em evitar a convocação de eleições antecipadas, mas já avançou com duas datas possíveis para o pleito eleitoral: 11 ou 18 de maio.