Descida do IRC foi aprovada enquanto povo era entretido com discussão sobre "caras tapadas ou destapadas", diz Paulo Raimundo

Lusa | 18 de Outubro de 2025 às 10:41

Na sua intervenção, perante um pavilhão cheio de militantes, o secretário-geral do PCP apelou à mobilização contra o pacote laboral, que classifica de crime.

O secretário-geral do PCP acusou o PSD, CDS, Iniciativa Liberal e Chega de aprovarem de "cara completamente destapada" uma medida a favor dos grupos económicos, enquanto o povo foi entretido com a discussão sobre "caras tapadas ou destapadas".

"Esta sexta-feira mesmo enquanto nos entretinham com o sim ou o não a caras destapadas, PSD, CDS, Iniciativa Liberal e o Chega de cara completamente destapada aprovaram a descida do IRC para os 19%", disse Paulo Raimundo durante um comício realizado na noite de sexta-feira no Seixal, no distrito de Setúbal, com o tem "Outro rumo para o país. Rejeitar o pacote laboral, a exploração e as injustiças".

Numa alusão ao projeto de lei do Chega que visa proibir a utilização de burca em espaços públicos, esta sexta-feira aprovado na generalidade no Parlamento com os votos favoráveis do Chega, PSD, IL e CDS-PP, votos contra de PS, Livre, BE e PCP, e a abstenção de PAN e JPP, o líder comunista disse que "o povo foi entretido e está entretido, a esta hora, com a discussão sobre caras tapadas ou caras destapadas" enquanto aprovavam também as descida do IRC, medida que considera ser a favor dos grupos económicos.

"Tudo ao serviço dos grupos económicos, dois mil milhões de euros por ano dos nossos recursos, do nosso esforço a serem desviados para aqueles que ganham milhões e milhões e que até têm mais esta benesse da descida do IRC", frisou.

Segundo Paulo Raimundo, os mesmos preparam-se também "para o grande golpe que é o pacote laboral", indicando que trará mais precariedade, mais desregulação dos horários e despedimentos sem justa causa o que no seu entendimento representa a política da troika de volta.

Na sua intervenção, perante um pavilhão cheio de militantes, o secretário-geral do PCP apelou à mobilização contra o pacote laboral, que classifica de crime.

"A ofensiva que visa liquidar direitos e gravar a exploração está aí e precisa de ser travada. Voltemos aos sítios onde nunca saímos. Voltemos às empresas, aos locais de trabalho, voltemos às terras, aos bairros, às freguesias. Rejeitemos o pacote laboral, a exploração e as injustiças", disse.

Paulo Raimundo apelou também à participação na marcha de 08 de novembro marcada pela CGTP contra o pacote laboral que considera ser

"Vai ser possível derrotar este pacote laboral. Não é apenas o trabalho que está em causa, é o trabalho, é a justiça, é a igualdade e é o país que queremos, é o país que queremos para o presente e para o futuro. E lá estaremos, com a força toda que conseguimos ter, no dia 8 de novembro, nessa grande marcha", salientou.