Direção executiva do SNS obriga hospitais a cortarem despesa mesmo que abrandem atividade

Jornal de Negócios | 29 de Outubro de 2025 às 09:15
Álvaro Almeida
Álvaro Almeida

Instrução foi dada aos administradores hospitalares poucos dias antes de o Governo apresentar a proposta de Orçamento do Estado para 2026. Medida surge num contexto de forte procura do SNS e está a gerar preocupação. Ritmo crescente de cirurgias e consultas pode abrandar.

A Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS) emitiu uma ordem para que os hospitais cortem na despesa de 2026, mesmo que isso conduza a um abrandamento no ritmo crescente de cirurgias, consultas e outros cuidados de saúde, avança o "Público" esta quarta-feira. A ordem prevê uma redução nos gastos com medicamentos, prestações de serviço e contratações de pessoal.

A instrução terá sido dada pela Direção Executiva do SNS, liderada por Álvaro Almeida, numa reunião com dirigentes das unidades locais de saúde (ULS) poucos dias antes de o Governo apresentar a proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano (OE2026). Tal como o Negócios noticiou, a proposta orçamental, que foi , estima em 2026 com exercícios de revisão de despesa, lançados inicialmente pela troika para cortar nas "gorduras" do Estado.

A medida está a gerar preocupação e críticas, já que para acomodar o aumento da despesa com pessoal (cinco por cento) prevista para o próximo ano, terão de ser aplicados cortes nas aquisições e a produção adicional (como cirurgias fora do horário para aliviar as listas de espera) não poderá ultrapassar a de 2025. A Direção Executiva do SNS terá ainda informado as ULS de que terão de cortar dez por cento na rubrica de fornecimentos e serviços externos, em linha com o que está previsto no OE2026.