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Diretor do Serviço Nacional de Saúde recusa relação de causalidade entre fecho das urgências e morte dos bebés

| 11 de Setembro de 2025 às 14:59
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Diretor do Serviço Nacional de Saúde recusa relação de causalidade entre fecho das urgências e morte dos bebés

Álvaro Almeida foi chamado ao Parlamento a pedido do Chega para justificar o caos no atendimento às grávidas.

A morte de dois bebés no espaço de duas semanas levou a que o diretor do SNS, Álvaro Almeida, fosse prestar esclarecimentos ao Parlamento. Álvaro Almeida disse que não existe ligação entre as mortes dos fetos e o fecho das urgências e finaliza a referir não estar preocupado com a situação de Lisboa e Vale do Tejo, mas sim com a falta de alternativas na zona centro. O caso mais recente foi de uma grávida de 38 anos que tinha sido encaminhada para do Barreiro para Cascais, onde o feto chegou sem vida. 

Questionado sobre a situação, Álvaro Almeida referiu que o hospital mais próximo seria em Setúbal e que a grávida não podia ser transferida para lá, porque precisava de assistência perinatal, que na região só era possível em Almada. O Hospital Garcia da Horta encontrava-se com as urgências de obstetrícia encerradas, o que levou a que a grávida de 38 anos fosse transferida para Cascais. O diretor do SNS disse que o tempo adicional foi apenas de dez ou 15 minutos e salientou que não foi por causa do transporte que ocorreu a morte do bebé. 

Já o segundo caso, diz respeito a uma mulher grávida de 40 semanas que perdeu o bebe após ter sido atendida em cinco hospitais diferentes no espaço de mais de 10 dias  com queixas de muitas dores. 

Álvaro Almeida, sobre o caso desta grávida de 37 anos, disse que tinha a certeza de que não existe ligação entre a morte do feto e o fecho das urgências porque a grávida tinha sido atendida em todos os hospitais como deveria ser. Referiu ainda que os profissionais de saúde estão a ser obrigados a dar 509 mil horas de urgência por ano. No entanto, diz que para esta urgência funcionar corretamente seriam necessárias um milhão e vinte e duas mil horas de urgência obstetra. 

Concluiu com uma frase polémica, em resposta a Rui Cristina, deputado do Chega, sobre os casos ocorridos: “não se faz omeletes sem ovos”, ou seja, diz que ou teria de diminuir os serviços de obstetrícia ou contrata mais profissionais. 

Recorde-se que o SNS tem vindo a apresentar vários problemas e que não foram só bebés que já morreram a caminho de hospitais, pois vários foram os casos de utentes que precisavam de assistência de urgência e não a obtiveram.  

O Sistema Nacional de Saúde tem vindo a apresentar muitas dificuldades e não se avinha tempos melhores.