“É um pesadelo, podemos morrer a qualquer momento”: profissionais de saúde relatam “situação desastrosa” em Gaza

Inês Simões Gonçalves | 21 de Setembro de 2025 às 13:51
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Profissionais de saúde relatam “situação desastrosa” em Gaza

Este sábado, o exército israelita voltou a atacar a Cidade de Gaza, provocando 34 mortes, incluindo crianças.

Apesar de correrem perigo de vida, os profissionais de saúde garantem que não vão abandonar as famílias que continuam a procurar apoio, diariamente, nos hospitais na Faixa de Gaza. As autoridades de saúde do enclave apelam a para que lhes seja dada proteção para conseguirem continuar a trabalhar. 

“Chegámos, primeiro, ao Hospital Al-Aqsa, onde a situação era desastrosa. Estávamos receber crianças depois de um ataque. A maior parte dos nossos pacientes, 70% a 80%, eram crianças e mulheres grávidas. A situação era terrível, não havia água nem comida e as pessoas viviam no hospital. Era muito comum uma pessoa ser a única sobrevivente da família. É um pesadelo”, relatou uma das médicas do hospital na Faixa de Gaza. 

A profissional de saúde relatou ainda que os médicos estão a viver numa antiga sala de partos e que o hospital onde trabalham “está todo bombardeado”. Ainda assim, os ataques não param. 

Este sábado, o exército israelita voltou a atacar a Cidade de Gaza, provocando 34 mortes, incluindo crianças. Um enfermeiro do hospital principal da cidade, o Hospital Al-Shifa, estava entre os mortos do ataque, juntamente com a esposa e três filhos. 

Esta quinta-feira, o Diretor-Geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou que os hospitais do enclave estão “à beira do colapso”. No dia anterior às declarações, o único hospital pediátrico da Cidade de Gaza foi bombardeado pelas Forças de Defesa de Israel (IDF).  

O Ministério da Saúde de Gaza disse que o hospital Al-Rantisi foi atacado três vezes. No momento do ataque, o hospital tinha 80 pacientes e estava sobrelotado.