Emprego, inflação e Fed são "tudo ou nada" para Wall Street
As próximas semanas serão decisivas para os índices norte-americanos. O mercado laboral centra atenções esta semana, depois de o presidente da Reserva Federal ter aberto a porta a um ajuste da política monetária, justificado pela fraqueza do emprego.
O fim de semana prolongado nos Estados Unidos, com Wall Street sem negociar no primeiro dia da semana, não antevê quatro dias de maior calma, antes pelo contrário. Serão divulgados vários indicadores económicos sobre o mercado de trabalho que deverão definir se a Reserva Federal terá intenções de cortar ou manter os atuais níveis das taxas de juro.
E essa decisão, que resultará também de uma análise à inflação, vai definir o tom dos principais índices bolsistas até ao final do ano.
Os analistas e investidores vão ter três momentos para avaliar a robustez do emprego nos Estados Unidos em agosto. Tudo isto culmina nos dados oficiais da taxa de desemprego e da criação de emprego, que vão ser conhecidos na próxima sexta-feira.
Os dados do mercado laboral ganham uma nova importância, depois de terem sido o catalisador para o Presidente da Fed ter reconhecido a possibilidade de cortar juros em setembro.
Os números de julho deram conta de 73 mil empregos criados, um valor que ficou abaixo das expectativas e uma desaceleração significativa face a junho.
A somar a este abrandamento, o departamento de estatística laboral reviu em baixa os dados do emprego dos dois meses anteriores.
No entanto, as expectativas de uma descida de juros em setembro chocam de frente com os últimos números da inflação, que parece não dar sinais de abrandarmento. Ainda assim, os investidores têm estado a "ignorar" estes indicadores em detrimento da crescente fraqueza do mercado laboral.
A inflação, o emprego e a decisão da Fed estão assim a ser vistos como o "tudo ou nada" para o "rally" dos principais índices do lado de lá do Atlântico.