Esquema de corrupção na Ucrânia desviou cerca de 862 milhões de euros do setor energético do país

| 13 de Novembro de 2025 às 12:39
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Esquema de corrupção na Ucrânia desviou cerca de 862 milhões de euros do setor energético do país

Dois ministros do núcleo duro de Zelensky já pediram a demissão.

A Operação Midas — apelido dado à investigação — desmantelou uma alegada organização criminosa composta por funcionários atuais e antigos do setor energético, um empresário de renome e amigo do Presidente ucraniano, ministros do Governo e um vice-primeiro-ministro.   

O esquema terá utilizado a invasão russa como arma para chantagear empresários e sabotar o esforço de defesa. A lei marcial na Ucrânia abriu portas para que os suspeitos colocassem em prática um esquema de extorsão contra as empresas privadas.  

Quem quisesse trabalhar com a empresa estatal de energia nuclear era obrigado a pagar subornos de 10% a 15% para assinar contratos. Quem não quisesse partilhar os lucros, era colocado de parte da lista de fornecedores.     

A investigação durou 15 meses e envolveu mais de mil horas de escutas telefónicas. Sempre que falavam entre si, os suspeitos eram cuidadosos e utilizavam nomes de código para ocultar as identidades.  

No topo do esquema, aparece Timur Mindich, um amigo de longa data do Presidente da Ucrânia, com quem teve uma empresa de produção. De acordo com o Gabinete Nacional Anticorrupção da Ucrânia, o amigo de Zelensky controlava a operação diretamente do apartamento, situado numa das principais artérias da capital ucraniana.   

Os ministros da Justiça e da Energia já se demitiram e o Conselho de Ministros dissolveu toda a equipa de supervisão da empresa estatal de energia nuclear. Dois dos elementos mais importantes do esquema conseguiram escapar do país antes de as buscas começarem.