Armas nucleares
Uma decisão contestada pelo Kremlin que já avisou que se algum país retomar os exercícios, a Rússia irá seguir pelo mesmo caminho.
O anúncio surpresa surgiu ainda quando o presidente dos Estados Unidos estava a caminho da Coreia do Sul, para se encontrar o presidente chinês.
Donald Trump ordenou esta quinta-feira que as forças armadas americanas reiniciassem de imediato o processo de testes de armas nucleares após uma paragem de 33 anos.
Para os especialistas, a medida parece ser uma mensagem para as potências nucleares rivais, a China e a Rússia.
No último fim de semana, a Rússia confirmou que tinha testado com sucesso duas novas armas capazes de transportar ogivas nucleares. Trata-se de um torpedo submarino que é capaz de causar um tsunami radioativo e, por isso, Moscovo reagiu com cautela às declarações do presidente dos Estados Unidos. Dmitry Peskov nega que Moscovo esteja a realizar testes, mas que seguiria o exemplo, caso Washington avance.
Após o anúncio do presidente dos Estados Unidos, o secretário-geral das Nações Unidas avisa que os testes nucleares jamais poderão ser permitidos, já que os riscos nucleares são extremamente altos.
O Irão também já veio condenar a decisão. O ministro dos negócios estrangeiros iraniano classifica o ato como regressivo e irresponsável e que representa uma séria ameaça à paz e à segurança internacionais.
Segundo o jornal "The New York Times", a decisão deverá intensificar a competição nuclear entre os Estados Unidos, a China e a Rússia, o que pode prejudicar ainda mais os esforços internacionais de longa data que tinham interrompido os testes nucleares há mais de três décadas.
Os Estados Unidos realizaram o seu último teste completo de armas nucleares em 1992. Recentemente, a Coreia do Norte realizou um exercício em 2017. Os ativistas recordam que milhões de pessoas, tanto no pacífico quanto no Cazaquistão, tiveram as suas terras contaminadas pelos testes nucleares e enfrentam problemas de saúde há décadas.