"Estou muito arrependido do que fiz", diz arguido acusado de fingir ser inspetor da PJ para sacar milhares de euros

| 22 de Setembro de 2025 às 20:00
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"Estou muito arrependido do que fiz", diz arguido acusado de fingir ser inspetor da PJ

Em tribunal, jovem, de 22 anos, disse ter participado no esquema porque tinha dívida de cerca de sete mil euros.

Mário David chorou em tribunal ao explicar ao coletivo de juízes a sua participação no esquema criminoso. O jovem, de 22 anos, é um dos acusados de ter fingido ser inspetor da PJ para conseguir mais de 430 mil euros de empresários no Norte do País.

Esta segunda-feira, no Tribunal de Guimarães, Mário começou por explicar que à data dos factos era organizador de eventos e tinha uma dívida de cerca de sete mil euros. Tinha medo de pedir ajuda aos pais, por isso, falou com duas amigas, que eram filhas do arguido Nuno Nunes.

Segundo Mário, após a conversa, ficou marcado um encontro para as 06h30 do dia seguinte. Ao coletivo de juízes, o jovem alegou que só após a chegada à casa das vítimas é que soube do esquema. 

Na sala de audiência, Mário David garantiu que foi Nuno a identificá-los como inspetores da PJ. Disse ainda que foi este arguido que falou no crime de fraude fiscal e que isso levou uma das vítimas a ir à cozinha buscar o dinheiro. O jovem confessou que estava nervoso no momento em que fez a contagem das notas. Percebeu que o valor total era de cerca de 4900 euros.

Em tribunal, Mário David confirmou ainda ter atirado os telemóveis das vítimas ao rio a mando de Nuno. Pelo serviço, recebeu 1250 euros.

Durante o depoimento, o jovem garantiu que naquela madrugada estava apenas com Nuno Nunes e foi confrontado com as declarações prestadas em primeiro interrogatório judicial e em que dizia que outro homem também estava presente.

Em tribunal, alegou que à data mentiu por conselho da sua anterior advogada. Terminou as declarações referindo que nunca mais foi o mesmo e que estava arrependido do que fez.

No total são seis os arguidos. O suposto cabecilha aguarda em França a extradição e será julgado em separado. Três dos cinco cúmplices estão em prisão preventiva.