Estudantes em dívida
Para o próximo ano, o Orçamento de Estado contempla a subida da propina máxima para os 710 euros.
As propinas representam geralmente um encargo considerável no orçamento das famílias que têm filhos no Ensino Superior. As dívidas de estudantes às principais universidades e politécnicos públicos são uma realidade: segundo o "Jornal de Notícias", o valor acumulado destas dívidas nos últimos três anos letivos, de 14 instituições, ultrapassa os 36 milhões de euros.
É de registar que no mesmo período de tempo as instituições recuperaram mais de 16 milhões de euros de dívidas e as finanças receberam cerca de 3600 certidões de cobrança coerciva.
Nos últimos três anos letivos, das instituições públicas analisadas, o Instituto Universitário de Lisboa é o que tem o maior valor em falta em propinas. Em causa estão quase 16 milhões de euros.
Já na Universidade do Minho as dívidas dos estudantes ultrapassam os sete milhões em propinas. Nos lugares seguintes estão as universidades do Porto e de Coimbra e os politécnicos em Setúbal e em Leiria.
Os atrasos nas bolsas da Ação Social são uma das principais causas apontadas para as infrações verificadas. Atualmente, o valor mínimo da bolsa é de 871 euros e o complemento de alojamento fora de residência dos serviços de ação social é de 219 euros mensais.
As despesas com o alojamento são também uma das maiores dificuldades que os estudantes enfrentam quando chegam ao Ensino Superior.
Para o próximo ano, o Orçamento de Estado contempla a subida da propina máxima para os 710 euros.
No dia 28 de outubro está agendada uma manifestação de estudantes do Ensino Superior junto ao Parlamento. O mote para o protesto é o descongelamento do valor das propinas anunciado pelo Governo para 2026.