Ex-adjunto da ministra da Justiça confessa abusos sexuais contra duas crianças em tribunal
Paulo Abreu dos Santos garantiu que apenas dois menores foram vítimas diretas e que as restantes imagens encontradas não foram produzidas por si. A investigação continua e pode ainda revelar novos desenvolvimentos, incluindo a eventual existência de cúmplices.
Paulo Abreu dos Santos, advogado e ex-adjunto da ministra da Justiça entre 2023 e 2024, confessou ao juiz ter abusado sexualmente de duas crianças, ambas do sexo masculino e com dez anos. No interrogatório judicial, tentou minimizar os factos, afirmando que terão sido “só” duas vítimas.
Relativamente às restantes imagens de abuso sexual de menores encontradas na sua posse, Paulo Abreu dos Santos garante que não foram produzidas por si, mas partilhadas por outros pedófilos.
Para já, estas declarações assentam apenas na palavra do arguido, uma vez que o telemóvel e o computador ainda não foram totalmente analisados. O levantamento e a perícia aos conteúdos digitais apreendidos poderão demorar vários meses.
Tânia Laranjo, grande repórter da CMTV, explicou que o advogado aproveitava as relações de proximidade com os pais para se aproximar dos seus filhos.
A investigação admite ainda a possibilidade de existir um cúmplice. Um dos vídeos de abusos de crianças apreendidos poderá ter sido filmado por outra pessoa, o que levanta a suspeita de envolvimento de terceiros.
Para já, o processo ainda se encontra no Ministério Público e não regressou à Polícia Judiciária, o que impede os investigadores de apurar, nesta fase, quem poderá ser esse eventual cúmplice.
A Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, onde Paulo Abreu dos Santos era professor assistente convidado, suspendeu o contrato de trabalho, assegurando que a avaliação dos alunos está a ser acautelada.
Também a sociedade de advogados onde colaborava diz-se surpreendida com os factos.
Tânia Laranjo explicou que um dos endereços IP detetados pelo FBI correspondia ao gabinete do advogado no Ministério da Justiça, onde visionava os conteúdos pedófilos.
Na posse de Paulo Abreu dos Santos foram ainda encontrados conteúdos de sexo com homens adultos, alegadamente obtidos sem o consentimento dos mesmos.