
Recluso tem um longo historial de violência nas prisões e tentativas de fuga. Em março de 2023, foi transferido de Pinheiro da Cruz para Vale de Judeus, depois de passagens pelas cadeias de Monsanto e Coimbra, onde liderava um grupo suspeito de extorsão a outros presos.
Foi com 19 anos que Fábio Fernandes Santos Lourenço, “Cigano”, entrou, pela primeira vez, a 30 de julho de 2011, numa cadeia, em Beja. Dez anos mais tarde, já contava 23 condenações, encontrado-se, em 2021, preso no Estabelecimento Prisional de Pinheiro da Cruz. Foi daqui, em 2023, que Fábio “Cigano” acabaria por ser transferido para a cadeia de Vale de Judes, de onde fugiu, no ano seguinte.
A história da fuga de Fábio Loureiro - e de mais quatro reclusos - de Vale dos Judeus terminaria um mês após o acontecimento. Em outubro do ano passado, o homem foi localizado e preso, em Marrocos. Depois de meses com o processo de extradição em curso, no final do passado mês de abril acabaria por aterrar em Portugal.
Acompanhado por um equipa da Polícia Judiciária e por elementos do Grupo de Intervenção e Segurança Prisional (GISP), Fábio foi conduzido ao Estabelecimento Prisional de Monsanto, em Lisboa, a única cadeia de alta segurança do País. A biografia prisional do recluso revela, contudo, que, em fevereiro de 2018, depois de ter sido transferido da cadeia de Coimbra para Monsanto, protagonizou uma tentativa de fuga na prisão de Lisboa.
Com um companheiro de reclusão, Fábio fez uma corda artesanal com lençóis e sacos de plástico, atirando-a para uma rede na área do recreio. O objetivo passava por escalar o muro e consumar a evasão. Ao contrário do aconteceu, em setembro de 2024, em Vale dos Judeus, desta vez as videovigilância detetou os movimentos e ambos foram travados.,
Antes de chegar a Monsanto, em julho de 2017, Fábio Loureiro passou pelo estabelecimento prisional de Coimbra. A transferência deu-se porque foi detetado como um elemento de um grupo que traficava droga para o interior da cadeia, tendo sido ainda identificado como responsável por extorsões e ameaças a outros presos.
De Monsanto passaria, entretanto, para Pinheiro da Cruz. Em março de 2023, a direção da cadeia propôs a sua transferência para Vale de Judeus, considerando-o um dos “principais desestabilizadores” do estabelecimento prisional.
De acordo com um relatório “reservado” a que o NOW teve acesso, Fábio registava, à época, “três dezenas de incidentes disciplinares por agressão a outros reclusos, destruição de bens do alojamento, posse de objetos proibidos - telemóveis, seringas e estupefacientes - e ameaças e insultos a elementos do Corpo da Guarda Prisional”.
Em fuga desde 7 de setembro de 2024, os últimos dois evadidos do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, Rodolfo André Lohrmann, de 59 anos, e Mark Cameron Roscaleer, de 35, foram capturados, em fevereiro deste ano, pela Polícia Nacional espanhola, em Alicante. Lohrmann, considerado como o mais perigoso, estava a cumprir uma pena de 20 anos de prisão pelo seu "envolvimento em criminalidade altamente organizada e especialmente violenta, de âmbito internacional, dos quais se sublinham os crimes de associação criminosa, branqueamento, roubo a banco, detenção de uma arma proibida, falsificação/contrafação de documentos e furto qualificado”, de acordo com um comunicado da Polícia Judiciária. Já o britânico, Roscaleer, estava a cumprir uma pena de nove anos "pela prática de criminalidade especialmente violenta, como o roubo com arma de fogo e sequestro".
As últimas duas capturas aconteceram depois da localização de Fábio Loureiro, em Marrocos; de Fernando Ribeiro (setembro de 2024), em Trás-os-Montes; e de Shergili Farjiani, em dezembro de 2024, em Itália.