INEM
A falha no sistema energético que afetou toda a Península Ibérica causou perturbações generalizadas, mas a situação agravou-se com a repetição de problemas no SIRESP. Os comandos da PSP em Bragança, Braga, Porto e Portalegre, bem como o INEM em Coimbra, relataram dificuldades no funcionamento da rede de comunicações de emergência.
Mais de 24 horas após o início do apagão que deixou Portugal às escuras, o Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP) continuava a registar falhas graves, comprometendo comunicações essenciais entre forças de segurança e emergência.
A falha no sistema energético que afetou toda a Península Ibérica causou perturbações generalizadas, mas a situação agravou-se com a repetição de problemas no SIRESP. Os comandos da PSP em Bragança, Braga, Porto e Portalegre, bem como o INEM em Coimbra, relataram dificuldades no funcionamento da rede de comunicações de emergência, essencial em contextos críticos como o que se viveu.
Também diversas corporações de bombeiros da região Norte reportaram falhas no sistema. Apesar da gravidade da situação, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil apenas emitiu um alerta laranja cerca de oito horas após o início da falha energética — altura em que a eletricidade começava já a ser restabelecida em várias zonas do território nacional.
Durante esse intervalo, os bombeiros responderam a mais de 2200 ocorrências entre as 11h30 e as 20h00. O INEM também sofreu constrangimentos: cerca de 100 chamadas de emergência ficaram por atender. Ao longo do dia, o Instituto registou um total de 4576 chamadas, tendo sido ativados 3877 meios de socorro.
O ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, reconheceu as falhas e sublinhou a necessidade de agir.
"Quando acontecem estas coisas, temos de aprender. O SIRESP não funcionou a 100%, teve falhas, mais uma vez. Andamos há décadas a falar do SIRESP e o SIRESP teve falhas", reconheceu.
A polémica em torno da fiabilidade do SIRESP intensifica-se, especialmente após a decisão do Governo, na semana passada, de suspender a extinção da empresa responsável pela gestão da rede. Para garantir o seu funcionamento ao longo de 2025, foi atribuída uma indemnização que poderá atingir os 19,5 milhões de euros.