Família da grávida que morreu no Hospital Amadora-Sintra vai apresentar queixa por difamação contra a ministra da Saúde
O advogado guineense que apoia a família diz que estão a ponderar processar também o Hospital Amadora-Sintra e o INEM.
Umo Cani perdeu a vida no Hospital Amadora-Sintra depois de uma cesariana de emergência às 38 semanas de gestação. Revolta é o sentimento que agora se apodera da família da guineense de 36 anos. Os familiares mostram grande descontentamento para com a atuação do hospital e da ministra da Saúde depois do falecimento de Umo Cani e da filha, Maria Sofia.
A recém-nascida não tinha qualquer refluxo neurológico desde o nascimento. A mãe chegou ao hospital em paragem cardiorrespiratória.
Agora, os amigos e família pedem explicações e vão mesmo avançar com uma queixa por difamação.
Paloma Mendes, amiga próxima da família, disse que a ministra vai ter de arcar com as consequências dos seus atos. Garante que Umo Cani só chegou ao hospital à 01h53 da manhã na sexta-feira, quando o pedido de socorro tinha sido feito pouco antes da 00h30. Paloma adiantou ao Correio da Manhã que está a ponderar fazer queixa contra o Hospital Amadora-Sintra e o INEM. Para ela, um dos piores contornos deste caso é o facto de o médico do centro de saúde de Agualva-Cacém ter escrito no boletim da grávida que ela tinha elevado risco obstétrico. Ainda assim, a grávida nunca foi acompanhada como tendo uma gravidez de risco.
O advogado guineense que apoia a família de forma gratuita, Arlindo Ferreira, confirmou que vão mesmo avançar com o processo contra Ana Paula Martins. Em relação aos processos contra o hospital e o INEM, mantém-se distante.
“A prioridade é tratar da trasladação dos corpos para a Guiné-Bissau e, para isto, a família não recebeu qualquer apoio do Governo português”, disse em comunicado.
O advogado confirmou que estão à espera da realização das autópsias de Umo Cani e da filha.