Famílias portuguesas vão manter ganhos no poder de compra até 2027, estima Banco de Portugal

Jornal de Negócios | 16 de Junho de 2025 às 15:50
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Banco de Portugal

Depois do impacto significativo da crise inflacionista, foi apenas em 2023 que as famílias conseguiram recuperar integralmente o rendimento real perdido.

Os salários das famílias portuguesas deverão continuar a crescer acima da inflação até 2027, mantendo os ganhos de poder de compra que começaram a ser recuperados no ano passado. A estimativa é do Banco de Portugal, que divulgou esta segunda-feira novas previsões económicas mais otimistas quanto à evolução da inflação e dos rendimentos.

Depois do impacto significativo da crise inflacionista, foi apenas em 2023 que as famílias conseguiram recuperar integralmente o rendimento real perdido. Agora, o regulador liderado por Mário Centeno antecipa que os rendimentos reais continuarão a subir, com ganhos de 2,2% este ano, 2% em 2026 e 1,7% em 2027.

Segundo o Banco de Portugal, apesar de se prever uma desaceleração na subida nominal dos salários nos próximos anos — após aumentos de 8% em 2022 e 2023 — as remunerações deverão continuar a crescer acima dos preços. Para este ano, estima-se um aumento salarial de 4,1%, seguido de 3,8% em 2026 e 3,6% em 2027.

A inflação, por sua vez, deverá manter a tendência de descida, situando-se nos 1,9% em 2025, 1,8% em 2026 e voltando a subir ligeiramente em 2027. Esta trajetória permitirá, segundo o banco central, que o poder de compra das famílias continue a melhorar, embora a um ritmo mais moderado.

O Banco de Portugal destaca ainda que os salários no sector público deverão registar um crescimento superior ao do sector privado, refletindo as revisões de carreiras e as novas regras de progressão na função pública.

Estas previsões colocam Portugal acima da média da zona euro, onde os ganhos reais nos salários deverão rondar apenas 1,2% no mesmo período.