Fernando Pinto no centro da investigação à administração da TAP
Em causa estão suspeitas sobre o processo de privatização da empresa em 2015. O ex-gestor da companhia aérea portuguesa terá recebido mais de dois milhões de euros pelo negócio e há suspeitas de que favoreceu o consórcio Atlantic Gateway, de David Neeleman e Humberto Pedrosa.
O Ministério Público suspeita que Fernando Pinto, antigo administrador da TAP, terá recebido dois milhões de euros depois de a companhia aérea de bandeira portuguesa ter sido privatizada.
Antes disso, o ex-presidente da TAP terá tomado decisões que favoreceram a Atlantic Gateway, consórcio de David Neeleman e Humberto Pedrosa, que assumiram o controlo da TAP em 2015.
Os dados recolhidos pelo Ministério Publico apontam que, entre 2018 e 2020, através da empresa Free Flight Consulting, Fernando Pinto faturou à TAP perto de dois milhões de euros. A este valor junta-se mais 85 mil euros, faturados à sociedade HPGB, de Humberto Pedrosa. O dono da empresa de transportes Barraqueiro e o filho David Pedrosa também foram constituídos arguidos no processo.
O Ministério Público sublinhou o conflito de interesses entre as prestações de serviços em causa. Como administrador da TAP, Fernando Pinto é suspeito de ter assinado um contrato com a empresa Seabury, por cerca de 20 milhões de euros. No entanto estes serviços não foram de assessoria à TAP, mas sim em trabalhos preparatórios para o processo de privatização da empresa.
No centro da operação da Polícia Judiciária estão suspeitas de crimes como oferta e recebimento indevido de vantagem, burla qualificada e participação económica em negócio.