Gouveia e Melo acusa Lusa de fazer notícia falsa, Direção da agência repudia

Lusa | 10 de Novembro de 2025 às 17:37
Henrique Gouveia e Melo
Henrique Gouveia e Melo FOTO: ANDRÉ KOSTERS/LUSA

A notícia, segundo a candidatura de Gouveia e Melo, “é falsa, e porque na política e no jornalismo não pode valer tudo” solicitou a publicação de um esclarecimento.

A candidatura de Gouveia e Melo acusou esta segunda-feira a Lusa de ter feito uma notícia falsa sobre o momento em que o ex-Chefe da Marinha decidiu concorrer às presidenciais, mas a Direção de Informação da agência repudiou a acusação.

Numa nota à comunicação social, a candidatura refere que a notícia da Lusa, com o título ‘Presidenciais: Gouveia e Melo revela que foi tentativa de Marcelo para o travar que o levou a candidatar-se’ “é falsa e enferma de uma falta de rigor inaceitável, razão pela qual se exige a reposição da verdade dos factos”.

“Não se refere, em momento algum, durante a entrevista” para o livro “As Razões” como “tendo sido o Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa, ou qualquer declaração sua, a motivação para se candidatar à Presidência da República, conforme pode ser facilmente comprovado nas páginas 123, 124 e 125 do referido livro”, refere a nota.

A notícia, segundo a candidatura de Gouveia e Melo, “é falsa, e porque na política e no jornalismo não pode valer tudo” solicitou a publicação de um esclarecimento.

Em resposta, a Direção de Informação da Lusa "rejeita e repudia" as "acusações de que a notícia em causa seja falsa e, muito menos, que a agência contribua para a desinformação e tenha manipulado declarações de Henrique Gouveia e Melo, como refere a candidatura".

"Como bem diz na sua nota a candidatura de Gouveia e Melo, 'na política não pode valer tudo'”, conclui a Direção de Informação num comunicado intitulado: "A Lusa mantém a sua notícia 'Gouveia e Melo revela que foi tentativa de Marcelo para o travar que o levou a candidatar-se'.”

No livro, segundo a nota da direção da Lusa, "Gouveia e Melo diz expressamente que foi um artigo publicado no "Expresso", a 3 de outubro de 2024, sob o título 'Almirante quer mais dois submarinos para ficar na Armada e desistir de Belém”, que o levou a “definir o rumo' ou seja, a avançar com a candidatura".

"Foi esse artigo que me fez definir o rumo. Porque quando o li, fiquei mesmo danado", afirma o ex-chefe do Estado-Maior da Armada, na página 124 do livro "Gouveia e Melo - As Razões", que tem chancela da Porto Editora”, refere a Direção de Informação, que reproduz, na nota, a notícia da Lusa.

A candidatura lamenta que “seja a Agência Lusa, órgão de comunicação social que integra o serviço público de informação, que desta forma contribua para a proliferação de uma notícia que objetivamente visou desinformar e manipular as declarações proferidas por Henrique Gouveia e Melo no livro atrás citado”.

O que explica, segundo a nota, a decisão de concorrer foi “ter percebido que o Presidente da República e o Governo não estavam verdadeiramente interessados em nada da defesa e, portanto, não teria oportunidade de fazer a diferença enquanto CEMA”.

“A candidatura à Presidência da República foi motivada, sobretudo, pela vontade de continuar a servir Portugal de forma ativa e a contribuir para os destinos do País, perante um cenário de instabilidade política a nível nacional e de incerteza internacional”, lê-se no comunicado.

No domingo, a Lusa noticiou que o almirante Gouveia e Melo só decidiu avançar para Belém quando leu uma notícia no jornal "Expresso" de que Marcelo Rebelo de Sousa pretendia travar a sua candidatura presidencial através da sua recondução como chefe da Armada.