Governo vai aprovar que médicos sejam deslocados para urgências regionais a partir de novembro
O Bastonário da Ordem dos Médicos teme que a situação não corra como esperado e apela ao diálogo com os profissionais de saúde.
A ministra da Saúde negou, mas o Governo vai aprovar que os médicos sejam mobilizados à força para cumprir escalas de urgência que vão ser criadas a partir de novembro em várias regiões.
O decreto diz que "a urgência externa centralizada deve ser assegurada por profissionais pertencentes a outra Unidade Local de Saúde e, na ausência de trabalhadores que se voluntariem para integrar a escala, pode o órgão máximo determinar a integração de trabalhadores do seu mapa de pessoal na escala da urgência externa centralizada, de âmbito regional” .
Mesmo que não exista despacho como a ministra da Saúde refere, o Governo mete em cima da mesa a possibilidade de as unidades de saúde regionais poderem descolar médicos, enfermeiros e técnicos auxiliares de saúde para outros hospitais sem aviso prévio.
O sindicato dos médicos critica a possível autorização do Governo e diz que não será bom para o Serviço Nacional de Saúde os médicos estarem a prestar um serviço que não seja de sua própria vontade.
O Bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, diz ainda que, a ministra sabe que a situação não vai funcionar. Recorda os tempos em que Ana Paula Martins esteve à frente do conselho de administração do Hospital de Santa Maria, em que tentou deslocar obstetras à força para o São Francisco Xavier e não deu resultado.
O Bastonário apela para que o assunto seja tratado de uma forma mais pacífica, através do diálogo com os profissionais de saúde, e não à força como uma imposição.
A ordem dos médicos deverá reunir com a ministra da Saúde esta quarta-feira.