Grávida com sinais de aborto demora quase quatro horas para ser atendida depois de ser recusada assistência no Barreiro
O caso aconteceu no ano passado e foi agora divulgado pela Entidade Reguladora da Saúde.
Uma mulher de 29 anos, grávida de cinco semanas, com hemorragia vaginal abundante foi recusada ser vista por uma médica de serviço no Hospital de Nossa Senhora do Rosário, no Barreiro.
A recusa da assistência à grávida foi feita quando a triagem já estava em curso.
A mulher acabou por ser atendida no Hospital de Cascais, quase quatro horas depois de ter saído da unidade do Barreiro.
O caso aconteceu no início de Fevereiro do ano passado e foi agora divulgado pela Entidade Reguladora da Saúde (ERS).
O resultado do processo de inquérito aberto por esta entidade revelou que a Unidade Local de Saúde do Arco Ribeirinho não se absteve de obstaculizar e impedir o acesso da grávida aos cuidados de que necessitava. Disse ainda que a unidade em causa violou as regras relativas ao acesso aos cuidados de saúde, ao adotar práticas de rejeição infundada aos utentes.
A ERS considera que a situação é grave, porque se tratava de uma readmissão.
A mulher esteve no hospital do Barreiro nas 24 horas que antecederam a hemorragia vaginal. Quando a grávida se deslocou a esta unidade com sinais de aborto, a urgência de ginecologia e obstetrícia estava fechada, por falta de médicos.
O Centro de Orientação de Doentes Urgentes ainda reencaminhou a grávida para o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, e para o Hospital Amadora-Sintra, mas só acabou por ser assistida na unidade de Cascais.