Frente a Frente
Frente a Frente no NOW, Mariana Vieira da Silva acusou o Governo de não saber lidar com a pressão política. Já André Coelho Lima defendeu a legitimidade da greve geral, mas salientou a importância de fazer alterações à lei laboral.
Mariana Vieira da Silva (PS) e André Coelho Lima (PSD) estiveram esta quarta-feira Frente a Frente no NOW e falaram sobre a greve geral agendada para quinta-feira, dia 11 de dezembro, contra as alterações que o Governo pretende fazer ao Código do Trabalho, num anteprojeto com várias propostas de mudança.
Segundo a socialista, o primeiro-ministro foi sendo "cada vez mais arrogante e distante" ao longo dos últimos dias em relação ao motivo da greve geral, convocada pelas duas maiores sindicais do País, referindo que Luís Montenegro a caracterizou mesmo como "desnecessária".
"O Governo, da mesma maneira que não soube lidar com um projeto que apresentou em julho e que foram precisos quatro meses e um anúncio de uma greve geral para que tivesse uma resposta dos pedidos da UGT, não soube também gerir a pressão política", acusou Mariana Vieira da Silva.
Já André Coelho Lima afirmou que não dramatiza a situação, defendendo que a greve geral é "legítima". Contudo, dá também razão à posição do Executivo, uma vez que as "centrais sindicais são sempre muito mais afoitas quando os governos não são de esquerda".
"Há um impulso grevista muito maior quando os governos não são de esquerda. (...) Eu considero que, numa altura em que o mercado de trabalho está a discutir a entrada da inteligência artificial, é quase ridículo estarmos presos ao conservadorismo de relações do trabalho que já não existem", sustentou.