Greve CP
A paralisação, que começou esta quarta-feira, e se prolonga até ao dia 14, não contará com serviços mínimos, por decisão do Tribunal Arbitral. O impacto faz-se sentir desde as primeiras horas do dia, com estações vazias e comboios parados.
A greve dos trabalhadores da CP – Comboios de Portugal está a paralisar a circulação ferroviária em todo o território nacional. Os sindicatos garantem uma adesão de 100% à paralisação, tal como já tinha ocorrido na semana passada. Entre as principais reivindicações estão o aumento dos salários e a revisão das carreiras profissionais.
A paralisação, que começou esta quarta-feira, e se prolonga até ao dia 14, não contará com serviços mínimos, por decisão do Tribunal Arbitral. O impacto faz-se sentir desde as primeiras horas do dia, com estações vazias e comboios parados.
Filomena, funcionária da biblioteca da Faculdade de Economia da Universidade NOVA de Lisboa, depende diariamente do comboio para se deslocar de casa até ao trabalho. Esta quarta-feira, tal como na semana passada, viu-se impossibilitada de viajar. Se anteriormente conseguiu trabalhar a partir de casa, esta quinta-feira terá de recorrer a um táxi para se deslocar até à universidade.
Também Flávia, que se dirige habitualmente para Paço de Arcos, está na estação desde as seis da manhã, sem qualquer indicação de que o comboio vá chegar. Há 25 anos que realiza este percurso diariamente. Nos dias de greve, tem conseguido manter-se em teletrabalho, embora a empresa onde trabalha só permita esta modalidade de forma excecional e não como prática regular.
A greve não afeta apenas os passageiros. O impacto é igualmente sentido pelos pequenos comerciantes das estações ferroviárias, que veem as vendas cair drasticamente devido à quebra no movimento. Carla Dias, funcionária de uma papelaria na estação de Porto-Campanhã, afirma que nunca presenciou uma paralisação com esta dimensão. A manhã tem sido, nas suas palavras, “estranhamente calma”.
As estruturas sindicais reiteram que a greve resulta da perda de poder de compra dos trabalhadores e da urgência em rever as tabelas salariais. Júlio Marques, da Associação Sindical das Chefias Intermédias de Exploração Ferroviária, e Sérgio Fernandes, do Sindicato dos Trabalhadores do Setor Ferroviário, recordam ainda que um acordo salarial, que contava com o consenso de todos os sindicatos do setor, foi rejeitado pelo atual Governo.
Com a circulação ferroviária praticamente suspensa a nível nacional, as perturbações deverão manter-se ao longo da próxima semana.