Guarda prisional vai ser julgado por ter introduzido droga e telemóveis na cadeia de Custóias

| 16 de Setembro de 2025 às 10:35
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Cadeia de Custóias

Através de um plano que engendrou com três reclusos e a namorada de um deles, o arguido lançou um fio da torre onde trabalhava e puxou quatro pacotes de leite, que tinham os artigos proibidos no interior.

De serviço na torre número três da cadeia de Custóias, em Matosinhos, o guarda prisional fez descer um fio até à parte inferior do muro. Na base estava uma mulher, com quem tinha engendrado um plano para fazer introduzir droga, telemóveis, bem como cabos e carregadores destes aparelhos em meio prisional. Essa arguida atou um saco de plástico ao fio, que continha o no interior quatro pacotes de leite, envoltos em fita aderente. No interior estavam os artigos proibidos de entrar na cadeia. O fio foi depois puxado pelo guarda de serviço. Iria receber 400 euros, mas foi desmascarado pelos colegas, que vigiavam as suas rotinas.

Tudo aconteceu a 28 de novembro de 2017. Já com os pacotes de leite em sua posse, escondidos nos bolsos exteriores do casaco da farda, o guarda prisional, de 47 anos, dirigia-se à camarata, quando foi intercetado por quatro colegas que o questionaram sobre o que tinha escondido nos bolsos. Entregou os quatro pacotes de leite. No interior estavam nove telemóveis, dois cartões, oito cabos de alimentação e respetivos carregadores, uma bobine de fio de pesca, a argola de um cassetete e quase 56 gramas de canábis em resina. O objetivo era tudo ser vendido, depois, dentro da cadeia.

Tudo aconteceu pelas duas horas da madrugada.

O Ministério Público (MP) diz que este foi o plano engendrado entre o guarda prisional, três reclusos a cumprir pena em Custóias e a namorada de um deles, que estava em liberdade. Já antes tinha introduzido dois telemóveis na cadeia e recebeu 200 euros pelo serviço. Introduziu-os em meio prisional, levando-os ocultos no seu saco de roupa.

O plano foi acordado com a namorada de um dos reclusos num motel, na Via-Norte, em setembro de 2017. O guarda prisional está acusado de um crime de corrupção passiva. Os três reclusos e a namorada de um deles de corrupção ativa. Vão todos responder em coautoria num crime de concurso aparente de abuso de poder.