Helena Susano é a juíza que vai presidir ao julgamento do caso BES que arranca esta terça-feira

Carolina Pereira Soares | 14 de Outubro de 2024 às 15:38
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A magistrada exerce há 21 anos e vai ser acompanhada por Bárbara Churro e Bruno Ferreira, dois magistrados com vasta experiência na área criminal.

Uma década depois do colapso do grupo Espírito Santo o julgamento do caso BES arranca esta terça-feira. Helena Susano vai presidir ao julgamento, apesar de ter pedido escusa do caso, no final do ano passado. A juíza era titular de 560 ações do banco Espírito Santo, assim como as duas filhas.

No pedido ao Tribunal da Relação de Lisboa, Helena Susano quis que fosse avaliado o risco de ser considerada suspeita ou de haver desconfiança sobre a sua imparcialidade.

Três juízas do tribunal concluíram, em janeiro deste ano, que não havia qualquer suspeita sobre a juíza.

“Não vemos que os dados de facto alegados desacompanhada de qualquer outro facto – e estando neste processo vinculada, enquanto profissional, a realizar a justiça reclamada no caso concreto – sejam “motivo sério e grave” que permita considerar verificada qualquer aparência suscetível de justificar o risco de a sua intervenção no processo ser considerada suspeita ou de gerar desconfiança sobre a sua imparcialidade”, referiu-se.

Helena Susano exerce há 21 anos e a maior parte dos processos que julgou foi na área da criminalidade. Entre os advogados é considerada uma juíza de mão pesada e entre os colegas como decidida e assertiva.

Antes de chegar a juíza, foi professora de português e de francês durante mais de uma década e foi a dar aulas que tirou a licenciatura em direito.

No caso BES, Helena Susano partilha os trabalhos e a decisão final com os magistrados Bárbara Churro e Bruno Ferreira.

Bárbara Churro conta com 19 anos de profissão juíza, com vasta experiência na área criminal. Já passou duas vezes pelo Tribunal Constitucional, em 2014 e em 2021, quando foi chefe de gabinete do Presidente à época, um cargo que lhe valeu um louvor publicado em Diário da República.

Bruno Ferreira é, dos três, o que conta com menos anos na magistratura, tem 11 de experiência. Desde 2018 que também se dedica à área criminal.

No processo do caso BES vão ser julgados mais de 300 crimes, imputados a 18 arguidos e mais de 700 testemunhas vão ser ouvidas em tribunal.