Tribunal de Leiria
Foi absolvido de 362 crimes semelhantes a duas filhas, por elas terem ficado em silêncio durante o julgamento.
O alegado pedófilo entrou no Tribunal de Leiria algemado e acompanhado por dois guardas prisionais. Esteve em prisão preventiva até à leitura do acórdão, lido esta segunda-feira, mas como a pena de quatro anos de prisão a que foi condenado ficou suspensa na sua execução, no final saiu em liberdade, pela porta da frente e sorridente com o desfecho.
O arguido, de 47 anos, residente no concelho de Pombal, foi acusado pelo Ministério Público de 362 crimes de abuso sexual de duas das quatro filhas e de mais quatro crimes semelhantes de duas sobrinhas, ambas menores de idade.
Em julgamento, as duas filhas ficaram em silêncio e o Tribunal não conseguiu fazer prova dos crimes, o que resultou na absolvição do arguido, que foi condenado apenas por três crimes de abuso sexual de duas sobrinhas.
Todos os atos praticados contra menores são graves, disse a juíza presidente do coletivo no final da leitura do acórdão, dirigindo-se ao arguido e destacando a sorte que teve por as filhas e outras testemunhas não terem relatado o que sabiam sobre os crimes.
Elas salvaram-lhe aqui a vida, calaram-se e assim o Tribunal não consegue fazer justiça, afirmou a juíza.
Durante os quatro anos de suspensão da pena de prisão, o alegado pedófilo tem de seguir um plano de reinserção social e de frequentar um programa para abusadores sexuais. Também não pode exercer qualquer atividade que envolva o contacto com menores, sejam ou não da sua família.