Imigrantes pernoitam junto à sede da AIMA para evitarem ficar em situação ilegal
O decreto-lei que validava automaticamente os documentos de residência expirou esta semana e não foi prolongado, levando vários imigrantes a esperar durante a noite para renovar os documentos.
Pouco passava da uma hora da manhã e já se via pessoas sentadas no chão, em fila à porta da AIMA, em Lisboa, para conseguirem senha. Uma das utentes esteve na fila com o filho porque os documentos caducaram.
“Ele dormiu aqui ontem, mas não sei o que é que vamos resolver. Já há um ano que o título de residência não está válido. Agora não pode trabalhar porque está ilegal”, relatou.
O Governo não prorrogou o decreto-lei que reconhecia a validade dos documentos vencidos dos imigrantes, que acabou por expirar. Quem tem visto caducado tem duas hipóteses: fazer a renovação nos próximos seis meses ou, passado esse prazo, é obrigado a submeter um novo pedido de autorização de residência. Se nesse tempo for identificado por um agente da autoridade, pode ser detido por estar em situação irregular.
As pessoas mostram-se indignadas com esta alteração. É uma situação que agrava a vida das pessoas que já tinham outros problemas. São muitos os que se queixam de chamadas por atender, emails por responder e plataformas que não dão informações.
Há imigrantes a relatar que não podem dormir porque durante a madrugada são feitas chamadas para ver quem está na lista para ser atendido. Sem resposta, o nome é riscado.