Jovem de 25 anos acusado de criar site ilícito de venda de dados bancários que lhe rendeu milhares de euros

| 21 de Setembro de 2025 às 15:17
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Jovem de 25 anos acusado de criar site ilícito de venda de dados bancários que lhe rendeu milhares de euros

O arguido tinha apenas 15 anos quando desenvolveu a plataforma. Comprou uma moradia e um carro elétrico com o dinheiro do crime.

Diogo Coelho Santos tinha apenas 15 anos quando criou, a partir da casa em que vivia, em Viseu, o site que lhe rendeu milhares de euros. A página podia ser acedida através da ‘darkweb’ e eram solicitadas, vendidas e compradas informações privadas– nomeadamente ferramentas de pirataria informática com número de identificação bancária, números de contas, dados de cartões e códigos de acesso. Tudo era obtido de forma ilícita e a causar prejuízos de “milhões de euros” aos legítimos proprietários.  

O hacker, tem atualmente com 25 anos. Aos 18 anos comprou uma moradia em Vila Nova de Famalicão no valor de 234 mil € e um Tesla por mais de 66 mil €.   

Diogo atuou entre 2015 e 2022. A maioria dos lesados vive nos Estados Unidos da América, sendo que o suspeito era procurado pelas autoridades americanas desde 2018. Vários polícias chegaram mesmo a infiltrar-se na rede criada pelo arguido, para o desmascarar.  

Diogo foi detido em Londres, em janeiro de 2022, onde reside. Vai ter de se apresentar diariamente às autoridades policiais. Portugal pediu a extradição do hacker para o julgar pelos crimes de acesso ilegítimo e branqueamento de capitais, pelos quais está acusado pelo Ministério Público do Porto. Diogo aceitou essa extradição e, assim foi anulada a decisão do Tribunal Superior de Londres, que autorizava que fosse levado para os EUA, onde corria o risco de enfrentar uma pena de cadeia de 57 anos.     

O arguido criou um império milionário. ‘Roubava’ centenas de dados confidenciais e depois publicitava os mesmos no site. Chegou a publicitar a venda do acesso a contas de utilizadores com os nomes utilizados e respetivas palavras-passe, emitidas por uma empresa de comércio eletrónico dos EUA. Partilhou, ainda, para venda, de mais de dois milhões de números de cartões de pagamento- com nomes, endereços e números de telefone- obtidos de forma ilegítima, a partir de registos de hotéis dos EUA.  

Terá ainda vendido cerca de 590 mil endereços de correio eletrónico associados, palavra-passe, nomes e endereços para obter acesso a contas de clientes emitidas por uma grande empresa de radiodifusão dos EUA. Em Portugal, os crimes pelos quais foi acusado, são punidos com penas de prisão superiores a 12 anos.