Legitimidade da ocupação russa é “impensável e inaceitável para os ucranianos”, diz Germano Almeida

| 03 de Setembro de 2025 às 19:16
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Germano Almeida, especialista em geopolítica do NOW

O especialista em geopolítica do NOW falou em Lviv, na Ucrânia, sobre a importância da coligação de vontades para o povo ucraniano.

O especialista em geopolítica do NOW Germano Almeida explicou que, neste momento, há dois planos que é preciso avaliar: “o plano da resistência ucraniana e o da forma como a Europa vai continuar a ajudar a Ucrânia”. 

“É isso que amanhã vai estar em causa na coligação de vontades”, acrescentou. 

Um dos principais temas da reunião tem a ver com as garantias de segurança para a Ucrânia. No entanto, como explica Germano Almeida, ainda não se sabe quais é que são essas garantias. Apesar de o Kremlin tentar mostrar o contrário, “há uma intransigência” nas negociações de paz. 

“O Kremlin já deu o recado antes dessa reunião [...] ao dizer que a comunidade internacional tem de reconhecer a legitimidade da ocupação russa nos territórios ocupados, como territórios russos, [referindo-se a] Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhia, Kherson e à Crimeia", afirmou. 

O especialista considera que é “impensável e inaceitável para os ucranianos” e explicou que “bastam algumas horas em Lviv para perceber isso”. 

“O encontro de amanhã é muito importante, porque [o chanceler alemão, Friedrich] Merz [...] lançou o mote deste lado. Está a articular com [o Presidente francês, Emmanuel] Macron [...] uma espécie de co-liderança europeia na ajuda à Ucrânia”, acrescentou. 

Assim, “é fundamental saber que garantias de segurança podem ser dados, que países podem participar nessas garantias de segurança, se estamos a falar de tropas de dissuasão europeias e que tipo de ajuda americana [vai haver]”, explicou. 

É possível que Donald Trump se junte ainda à reunião à distância. O Presidente norte-americano, apesar de não estar envolvido na coligação de vontades, está interessado em continuar a vender armamento à Ucrânia.