Mãe que levou a filha de quatro meses do hospital de Vila Nova de Gaia já tinha entregado outro filho por falta de condições de habitabilidade
A fuga aconteceu na sequência de um despacho emitido pelo tribunal para que a jovem mãe entregasse a filha a uma família de acolhimento.
É num acampamento em Grijó, em Vila Nova de Gaia, que a jovem mãe de 20 anos reside.
A decisão judicial do Tribunal de Família e Menores de Gaia ditou que a filha de quatro meses ficasse à guarda do Estado. O tribunal considerou que a mãe não tinha condições para manter a bebé no espaço em que reside, e, por isso, a menina foi internada no Hospital de Gaia no dia 21 de novembro.
Agora, sabe-se que este não é o primeiro caso de negligência materna por parte desta jovem. Já lhe tinha sido retirada uma outra criança, e o tribunal também tinha invocado pobreza e poucas condições de habitabilidade nesse caso. O afastamento da mãe deu-se ainda em tenra idade, através dos serviços da Segurança Social.
A menina de quatro meses ia seguir para uma família de acolhimento depois do segundo despacho do tribunal, do dia 28 de novembro, mas a mãe antecipou-se à decisão judicial.
Dirigiu-se à unidade hospitalar e levou a filha, tendo-lhe cortado a pulseira de segurança que tinha num dos tornozelos. Deixou o dispositivo para trás, numa casa de banho, e saiu com a filha pela porta principal do hospital.
A unidade de saúde demorou duas horas a dar pela falta da criança, e a direção não deixa de dizer que não há forma de imputar culpa aos profissionais, uma vez que o sistema de segurança do hospital foi violado.
O presidente da administração da Unidade de Saúde de Gaia e Espinho, Luís da Cruz Matos, afirma que a criança recebia frequentemente visitas da mãe e da avó. A mãe levou a criança numa altura em que as assistentes sociais estariam dentro do hospital para entregar a bebé à entidade de acolhimento.
Depois de ter estado desaparecida durante um dia, a bebé foi entregue no posto da GNR dos Carvalhos, por um familiar dos progenitores.
A menina já foi encaminhada para uma Instituição e a PSP está a investigar a subtração da bebé, contando agora com o apoio da GNR dos Carvalhos.
A Inspeção Geral das Atividades em Saúde informou nesta sexta-feira que já abriu um inquérito sobre este caso. Segundo a entidade, o objetivo do processo de inspeção é “avaliar os mecanismos de segurança naquela unidade hospitalar”