Mais de 400 docentes abandonam ensino em novembro

Este é o número mensal mais elevado deste ano. A falta de professores agrava-se e o governo só prevê medidas estruturais a partir de 2027.

A falta de professores nas escolas já não é novidade para ninguém. No entanto, no próximo mês de novembro, a situação agrava-se, com a reforma de mais de 400 docentes. Este é o número mais alto do ano.  

De acordo com dados da Caixa Geral de Aposentações, 402 professores e educadores de infância deixam a profissão já em novembro. Desde o início do ano, já saíram mais de 3200 e, a contar com dezembro, o total deverá aproximar-se dos quatro mil docentes. 

Entre abril e agosto, as aposentações abrandaram, refletindo algum efeito do suplemento de 750 euros criado pelo Governo para incentivar os professores a ficarem mais tempo no ativo. Mas, a partir de setembro, os números voltaram a subir para perto dos quatrocentos por mês. 

A Fenprof, garante que este aumento já era esperado: os professores estão “saturados e cansados” e o incentivo financeiro não foi suficiente. Para o sindicato, só a valorização da carreira poderá travar a tendência, criticando o facto de o Governo prever mudanças apenas em 2027, após a negociação do novo estatuto. 

Desde o arranque do ano letivo, entre setembro e novembro, quase 1200 professores saíram para a reforma. Ao contrário do que acontecia no passado, muitos iniciaram o ano com turmas atribuídas, o que complica as substituições e afeta milhares de alunos em todo o país.